Polícias, MPE e estabelecimentos analisam estratégias para coibir “rolezinhos”

Encontros, praticados no período noturno, por crianças e adolescentes desacompanhados, têm registrado furtos de bebidas alcoólicas e ameaças contra seguranças

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 07/02/2024
Horário 16:41
Foto: Deinter-8
Órgãos discutem ferramentas para conter intimidação de clientes de shopping e mercado pelos jovens
Órgãos discutem ferramentas para conter intimidação de clientes de shopping e mercado pelos jovens

Reunião realizada nesta quarta-feira, na sede do MPE (Ministério Público Estadual), em Presidente Prudente, contou com a presença de representantes da Promotoria da Infância e Juventude, das polícias Civil e Militar, bem como de um centro de compras e um supermercado da cidade, para estudar ferramentas e estratégias para coibir os chamados “rolezinhos”, nas proximidades de tais estabelecimentos. De acordo com o Deinter-8 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior), os encontros, praticados no período noturno, por crianças e adolescentes desacompanhados de seus pais ou responsáveis, tem finalizado em “algazarras e diversos furtos, principalmente de bebidas alcoólicas”. “Com tais atos, intimidam clientes do shopping e do mercado e, quando são abordados pelos seguranças dos citados estabelecimentos, são agressivos e ameaçadores”. O problema é antigo, já que foi tema de reportagem publicada neste diário em 12 fevereiro de 2017.
“Rolezinho – diminutivo de rolê, gíria brasileira –, é um neologismo para definir um tipo de coordenação de encontros simultâneos de dezenas de pessoas em locais como praças, parques públicos e shopping centers. O problema está no fato de que os chamados “rolezinhos”, em Presidente Prudente, estão sendo praticados por crianças e adolescentes desacompanhados de seus pais ou responsáveis, no período noturno”, frisa do Deinter-8. “Enfim, a reunião teve como objetivo estudar ferramentas para coibir tais atos”, salienta.
Como noticiado em 2017, um cenário era registrado todas as sextas-feiras, em média, das 20h às 23h, na Rua Bertioga, nas imediações de um centro de compras, havia pelo menos um ano, e exigia empenho da Polícia Militar. Pelo menos 200 jovens, a maioria com 14 e 15 anos, se reuniam em meio à via pública e promoviam os famosos encontros geralmente marcados pela internet, enquanto seus pais e responsáveis acreditavam que eles estavam dentro de um shopping. Moradores e empresários que atuavam nas proximidades do local denunciavam que as festas eram marcadas pelo consumo de drogas e de bebidas alcoólicas, pela música alta e pela “pegação”. A insegurança impedia os residentes de saírem de casa nos dias de aglomeração e a situação encontrada nas manhãs de sábado era gritante: calçadas tomadas por garrafas vazias, cacos de vidro e camisinhas usadas.
Na época, moradores e empresários dos arredores, que preferiram não se identificar por medo de represálias, declararam que já havia, inclusive, ocorrido necessidade de disparos de bombas de efeito moral pela PM para dispersar os presentes. Crianças com 7 e 8 anos, que iam ao local acompanhar irmãos mais velhos, eram vistos consumindo álcool. “Os pais deixam esses jovens no shopping, ou estes saem de casa dizendo para vão para o shopping, mas todos vêm para a rua, onde promovem arruaça, ficam bêbados, fumam maconha, transam e enfrentam a PM”, dizia um denunciante.
Na época, a Polícia Militar, com o intuito de inibir abusos e a prática de atos infracionais, planejou uma ação contra os “rolezinhos”, em parceria com o poder público municipal, por meio da Sedepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico), e o Conselho Tutelar.
 

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