O aparecimento de escorpiões tem se tornado "rotina" há cerca de um ano no Jardim Sabará, em Presidente Prudente. De acordo com os moradores, os bichos são encontrados com frequência nas casas. Desde 2014 um cão faleceu, vítima da picada, e crianças e adultos também já sofreram com o ataque do aracnídeo. Nas ocorrências em humanos, todos receberam socorro imediato e se recuperaram sem complicações mais sérias.
A neta de 14 anos da dona de casa Marina Alves de Araújo, 63, levou uma "ferroada" de escorpião em uma visita à sua casa, na Rua José Alvin. "Levamos minha neta correndo para o hospital e ela reagiu bem ao tratamento. O pior é que depois ainda encontramos outros escorpiões por aqui. Todos os meus vizinhos reclamam disto", comenta.
A filha da auxiliar de serviços Cristiane Aparecida Araújo, 38, também foi vítima. "Uma criança não sabe bem se defender e não é tão atenta como a gente. Ela foi picada em julho do ano passado, mas até hoje encontro escorpião em casa. Nesta semana, para ter uma ideia, havia um escorpião embaixo do meu travesseiro", relata.
O presidente da Associação de Moradores do Jardim Sabará, Ataíde Neres da Silva, 70, mora há 30 anos no local, e foi mais uma das vítimas do animal peçonhento neste ano. Ele recebeu atendimento médico e se recuperou.
Para a população, o problema com o constante aparecimento dos escorpiões está ligado à quantidade de terrenos baldios que há no bairro. Uma das áreas que gera muitas queixas é uma localizada na Rua Adelino Rodrigues Gatto, próximo a uma ponte que faz divisa com o Jardim Monte Alto. O local tem servido de depósito de lixos e entulhos e, além de causar mau cheiro, atrai insetos e animais peçonhentos.
Questionada sobre a situação do local, a Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Secom (Secretaria Municipal de Comunicação), diz que os munícipes devem se atentar à limpeza de seus quintais e terrenos, pois a aparição de escorpião é oriunda de lixo amontoado, que atrai barata, uma das principais fontes de alimentos do escorpião. "Orienta-se a população a fazer o descarte correto de lixos e entulhos de suas casas ou quintais para extinguí-los", informa.
Quanto ao terreno da Rua Adelino Rodrigues Gatto, a pasta de Comunicação se limitou a dizer que o espaço se trata de um fundo de vale e é área de preservação ambiental, que "apenas deve ser roçada de maneira adequada", sem mais detalhes sobre o questionamento feito pela reportagem.
A Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação) também completa que, "infelizmente, a própria população do bairro joga lixo nos terrenos públicos".
