Por que arrepender-se

Diocese Informa

COLUNA - Diocese Informa

Data 23/10/2022
Horário 04:50

Arrepender-se! É uma conduta que parece sempre mais estar em desuso. O demasiado poder com o qual a humanidade está se armando, torna-a praticamente infalível e perfeita. É a criatura se transformando em criador: “eu não me arrependo de nada do que sou e do que vivo!”; “não preciso arrepender-me, pois não errei, não erro, não errarei”; “por que, então, arrepender-se?” O não-arrepender-se é uma doença existencial fundamental do “eu”. Essa doença leva a considerar que tudo o que eu sou e o que eu vivo é infalível e perfeito. O meu “eu” já não precisa dobrar-se perante ninguém e perante nada. Ao contrário: todos devem dobrar-se diante de meu “eu”. E ai!, se não se dobram, porque então todos estão errados e são mentirosos. Arrepender-se de que se o meu ser e o meu viver é o “correto” e o “perfeito!” O não-arrepender-se é real quando inicia a idolatria do “eu”: E a idolatria do “eu” tem sua origem, justamente, quando o “eu” perde sua razão de ser e seu sentido de viver: o “eu” é deslocado de “Deus”. Sem cair no simplório, mas procurando ser simples, como se dá o deslocamento do “eu” de “Deus”? A existência de “Deus” é e sempre será a existência do “eu” do ser humano: o nosso “eu” tem sua origem e seu fim em Deus. Isso, até fica claro, quando constatamos que a palavra “eu” está dentro da palavra “Deus”. Assim, a razão e o sentido do “eu”, só são reais quando ele permanece em Deus. Em forma didática, podemos assim nos expressar: Basta tirarmos da palavra “Deus” a primeira letra “d” e a última letra “s”, então sobra somente “eu”. O “eu” sem a letra “d”, ele perde a dimensão da “doação” própria de Deus; e sem a letra “s”, perde a dimensão da “solidariedade” própria de Deus”. O eu sem doação (letra “d”) e sem solidariedade (letra “s”) vira um “eu” egoísta. Cessa a obediência e a adoração a Deus e inicia a idolatria do eu. Por que, então, arrepender-se, se meu “eu” é idolatrado? O meu “eu” é infalível! Os outros erram, não eu! Por que, então, arrepender-se, se o meu “eu” é idolatrado? O meu “eu” é perfeito e verdadeiro! Os outros mentem, não eu! Voltando ao Rabi (mestre) Aharon, é urgente a humanidade pós-moderna, que sempre mais idolatra o “eu”, novamente colocar o “eu” dentro de “Deus”. O “eu” tem razão e sentido de ser em “Deus”. Assim, não há nenhum motivo para a humanidade não ficar cheia de “remorso” pela sua condição de criatura falível e imperfeita. Ainda é maravilhoso ser capaz de arrepender-se! (Autor:Dom Jacinto BergmannArcebispo Metropolitano de Pelotas (RS). (Fonte: https://www.cnbb.org.br).

MINI SERMÃO:
30º Domingo do Tempo Comum (Lc 18,9-14)

Fariseus: cristãos que oram e satisfazem o seu ego e não a Deus. Ao fazerem isso, condenam e batem no peito alheio. Publicanos: cristãos verdadeiros que batem no próprio peito e mostram que são merecedores do juízo divino por serem pecadores. Fariseu se aproxima elevado em si mesmo. Publicano se afasta humilhado em Deus. De tudo o que pedimos, aprendamos a pedir o perdão! (Autor: Padre Rafael Moreira Campos).

AGENDA PAROQUIAL: Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Presidente Venceslau
- Missas -
Sábado: às 18h - Capela Nossa Senhora Aparecida e às 19h30 - Igreja Matriz;     
Domingo: às 7h - Capela São Judas Tadeu, às 8h30 - Capela Nosso Senhor do Bonfim, às 10h - Igreja Matriz, às 17h - Capela Santa Edwiges e às 19h - Igreja Matriz

MENSAGEM DO PAPA:
Ambos os protagonistas vão ao templo para orar, mas agem de modos muitos diferentes, obtendo êxitos opostos. O fariseu reza ‘de pé’ (v. 11) e usa muitas palavras. A sua é uma prece de ação de graças a Deus, mas na realidade é uma manifestação dos próprios méritos, com sentido de superioridade em relação aos ‘outros homens’, qualificados como ‘ladrões, injustos, adúlteros’, como por exemplo — e indica aquele outro que estava ali — ‘o publicano’ (v. 11). Mas este é o problema: o fariseu reza a Deus, mas na verdade olha para si mesmo. Ora por si mesmo! Em vez de ter diante dos olhos o Senhor, tem um espelho. Não obstante esteja no templo, não sente a necessidade de se prostrar diante da majestade de Deus; está de pé, sente-se seguro, como se fosse o dono do templo! E enumera as boas obras realizadas: é irrepreensível, observa a lei mais do que lhe é devido, jejua ‘duas vezes por semana’ e paga o ‘dízimo’ de tudo o que possui. Em síntese, mais do que rezar, o fariseu deleita-se com a sua observância dos preceitos. E, no entanto, a sua atitude e as suas palavras estão longe do modo de agir e de falar de Deus, que ama todos os homens, sem desprezar os pecadores. Ao contrário, o fariseu despreza os pecadores, inclusive quando indica o outro ali presente. Em suma, o fariseu que se sente justo descuida o mandamento mais importante: o amor a Deus e ao próximo. O publicano — o outro — vai ao templo com espírito humilde e arrependido: ‘Mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito’ (v. 13). A sua prece é muito breve, não longa como a do fariseu: ‘Ó Deus, tende piedade de mim, que sou pecador!’. Nada mais. Uma linda oração! (Fonte: www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2016).

Padre Rafael Moreira Campos
Adm. Paroquial Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Pres. Venceslau/SP
"Ouse ser o melhor. Ame!"
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Facebook www.facebook.com/rafaelmoreiracampos
Informações: Cúria Diocesana (18) 3918-5000
 

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