Quando dava coisa de cinco da tarde o engenheiro dava por encerrada a jornada de trabalho na obra, um edifício de 40 andares no centro da cidade. "Basta por hoje, peãozada!", brincava o engenheiro. Dito isto cada peão, principalmente pedreiros, tomava o caminho de casa.
Alguns, no entanto, passavam primeiro pelo boteco do Alaor para "molhar a goela" e "tomar aquela que matou o guarda e toda a corporação". Era o caso do pedreiro Titoco, que erguia paredes e também adorava "erguer copos". Num fim de tarde, lua cheia já começando a brilhar no céu, o Titoco começou a beber no boteco do Alaor.
Logo de cara tomou um "quebra gelo" e, quando cito "quebra gelo", quero te dizer, como diria Vicente Matheus, que o nosso ilustre bebia um copo cheio de cachaça de alambique. Quer dizer: pinga boa. Depois da "branquinha", ele atacava de "loirinha”.
E tome de "loirinha", quer dizer, cerveja. Como ganhava bem da construtora do prédio, o pedreiro só bebia cerveja importada. Era uma garrafa atrás da outra. Coisa de ébrio mesmo. Diziam as más línguas que o Titoco tomava umas oito cervejas, sem contar o "quebra gelo".
Quando dava coisa de nove da noite ele tomava a saideira e ia para o "lar salgado lar", já que vivia às turras com a mulher. Àquela altura a lua estava ainda mais brilhante, um espetáculo do universo. Bêbado e armado com um revólver antigo, o Titoco caminhava naquele passo de ganso, "mais pra lá do que pra cá".
De repente, o pedreiro cismou que estava sendo seguido. O "sujeito" estava em sua cola parecendo carrapato. Titoco não pensou duas vezes e atirou na "coisa". Deus dois tiros. A lua projetava a sombra dele. Assustado, o Titoco atirou na própria sombra.
Depois de caminhar uns dois quilômetros, ele finalmente chegou em casa. Abriu a porta com dificuldade. Sentou-se numa cadeira da sala e logo em seguida precisou "tirar a água do joelho". Apertado, foi correndo pro banheiro. Titoco abriu a porta da geladeira, pensando que era a porta do banheiro no quintal. Ficou deslumbrado com a iluminação e urinou dentro da geladeira. "Eita, lua bonita, sô", falou o bêbado, que abriu a porta errada e levou uns cascudos da mulher na manhã seguinte.
DROPS
Constatação: não há lunáticos na lua e nem Iranildos no Irã.
O Ocidente terá mais terras, pois a Síria está à disposição.
(Aliás, Westmoreland, como ironizava o Millôr)
Filme da Semana no Cine Damasco: "Caos Total", estrelando grande elenco.
Quem ama o feio bonito lhe parece.
Vai construir ou reformar?
Casa das Tintas, a loja do Élcio, tem as melhores tintas. Entregas em domicílio: 3907-7500 e 99132-0716. Casa das Tintas, um mundo de cores. Av. Ana Jacinta, 1.663.