A Prefeitura de Panorama e as cerca de 30 cerâmicas instaladas no município devem firmar uma parceria público-privada para gestão de resíduos, conforme Antônio Domingos
Dál’mas, coordenador técnico da empresa Dal Más Assessoria e Consultoria em Administração Pública e Privada, de Presidente Epitácio. Em reunião realizada em março, a empresa apresentou o Diagnóstico do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, ocasião em que recebeu os representantes das cerâmicas bem como da Incoesp (Cooperativa das Indústrias e Cerâmicas do Oeste Paulista) e representantes do setor oleiro e cerâmico.
Parceria foi proposta em reunião sobre diagnóstico dos resíduos sólidos do município
Entre as problemáticas encontradas pela empresa, a principal apresentada no diagnóstico foi o acúmulo de entulho dos resíduos das cerâmicas e olarias. "Elas depositam esses resíduos em uma área da prefeitura, em que a terra foi escavada para comportar a quantidade de entulho. Dessa forma, na reunião foi proposta essa parceria público-privada para aquisição de equipamento de trituração de entulho e reaproveitamento dos cacos, realizando o cascalhamento de estradas rurais", afirma. Além disso, foram estipuladas outras metas para contemplar o plano definitivo, que após apresentação e debate do mesmo em audiência pública a ser realizada – cuja data ainda não foi definida - será submetido à apreciação do Legislativo municipal.
A empresa de consultoria realizou o diagnóstico de todos os resíduos dispensados pela população. Entre os problemas encontrados está o uso de latões para acondicionar lixo, o que dificulta o trabalho de coleta, conforme Dál’mas. "Por isso, uma das soluções propostas é eliminar esse sistema de acondicionamento". Quanto ao aterro sanitário do município, nenhuma problemática foi encontrada, conforme o consultor técnico. "Ele está funcionando perfeitamente e tem todas as licenças necessárias", explica.
A Assessoria de Imprensa da prefeitura informa que trabalhará em parceria com a Incoesp, mas que as partes ainda não definiram como será realizado o trabalho, visto que a entidade ainda realiza estudos para a aquisição do maquinário que triturará os "cacos" das cerâmicas. O diretor da Incoesp, Milton Salzedas, por sua vez, salienta que está analisando a linha de financiamento mais indicada para a compra. "Parte de nossos resíduos poderá ser utilizada como adubo na agricultura e parte será reaproveitada por meio do cascalhamento", afirma.
Segundo Salzedas, a parceria vem no sentido de auxiliar os ceramistas que já foram orientados pelo MPE (Ministério Público do Estado) a realizar a correta destinação de seus resíduos. No ano passado, o órgão ajuizou 39 ações civis públicas para combater a emissão de poluentes pelas indústrias ceramistas existentes em Panorama (24) e Pauliceia (15).
