Presidente Venceslau chora a morte de Olimpio

Toninho Moré

COLUNA - Toninho Moré

Data 19/03/2021
Horário 05:28

Foi como se uma avalanche tomasse conta da cidade na tarde de ontem em Presidente Venceslau. Logo após o almoço começaram os rumores de sua morte, que foram desmentidos pelos jornalistas da cidade. À tarde o que era ruim, se consumou. Ele estava morto. A tristeza assumiu o rosto de muitos venceslauenses que viam nele um ícone de sucesso na política, um verdadeiro representante da terra.

Família humilde

Olímpio é filho do casal Everaldo e Alaíde e tem o irmão Celso. Foi criado na divisa da Vila Baruta com o Jardim Santa Maria na Rua Bahia. Era muito forte, desde criança com aptidão para esportes, atletismo. Competia em salto triplo e conquistou várias medalhas. Sêo Everaldo morreu há pouco tempo, depois de passar por muitos meses internado por enfermidades. Sua mãe Alaíde continua morando no mesmo lugar. O irmão Celso também reside em Presidente Venceslau.

“Não pensei que tornaria político”

Como capitão da Polícia Militar e atuando em São Paulo, “Perna”, seu apelido desde criança em Presidente Venceslau, assumiu por muitos anos a segurança pessoal do governador Fleury. Quando recebíamos a visita dele, Olímpio vinha junto e diante disso nunca imaginei que um dia o mesmo se tornaria um político.

Político, e que político

Quando anunciou a sua candidatura a deputado estadual, criou uma dúvida na cabeça de muitos, mas logo todos notaram que era bem articulado e querido na polícia, tinha oratória contundente e não deu outra. Foi eleito e daí começou uma carreira meteórica rumo à Brasília. Tornou-se uma das pessoas mais vistas e apreciadas de Brasília, com um estilo briguento de mostrar sua ideologia e posicionamentos. 

Em feriados

Era comum vê-lo correndo, com a camisa ensopada, pelas ruas no calor de Presidente Venceslau. Conhecia a todos pelo nome, parava, conversava, dava risada, enfim, era um grande filho da cidade.

Foi operador de áudio

Em torno dos 15 anos de idade, foi aprendiz de operador de áudio da Rádio Presidente Venceslau AM de Presidente Venceslau, comandada pelo irmão Clóvis Moré e chefiado por mim. Desde então, tínhamos um carinho especial por ele e família. Onde estava e me via, citava o fato de ter passado pelo mundo do rádio. Outro detalhe, é que Sérgio Olímpio também era jornalista.

De olho na cidade

Fiel aos amigos de infância e juventude, Olímpio não desgarrava deles quando vinha à cidade. O mais próximo era Rodolfo Seddig, a quem chamava de Alemão.

Amava Presidente Venceslau

Uma vez, conversando com Olímpio após encontrá-lo na rua, perguntei de seu futuro com a avançar da idade. Respondeu – Toninho sou igual aos demais que vão embora daqui. Meu maior desejo é voltar a morar em Presidente Venceslau. Demonstração clara de amava a cidade que nasceu.

Auxílio com emendas

Major Olímpio se vai, mas deixa uma história bonita de ajuda à cidade. Fez durante os últimos governos diversas emendas parlamentares para o auxílio, principalmente da Santa Casa, a qual tinha um carinho especial. Na inauguração das UTIs esteve presente, pois a ala é nomeada ao lado de Luis Alberto Tassinari, como Everaldo Gomes, seu pai falecido.

Decreto de luto

A prefeita Bárbara Vilches decretou luto por três dias pela morte do Major Olímpio e imediatamente após a sua morte, ligou para a sua assessoria e familiares, com as condolências e oferecendo locais públicos para o funeral, se o mesmo foi realizado em Presidente Venceslau. Olímpio sempre teve residência em São Paulo, desde a época em assumiu como oficial da Polícia Militar.

Provavel que o sepultamento seja em PV

A probabilidade que o sepultamento seja em Presidente Venceslau é grande. Ontem em conversa com a prefeita Bárbara Vilches e sua assessoria em São Paulo, não havia nada definido e até o momento em que escrevíamos a coluna, também não obtemos nota oficial sobre a cerimônia fúnebre.

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