Problema com aulas vagas é solucionado em escola

Segundo mães ouvidas pela reportagem, após reunião do Conselho de Pais, houve normalização da carga horária na Formozinho Ribeiro

PRUDENTE - SANDRA PRATA

Data 02/11/2018
Horário 08:37

Após uma série de reclamações de mães insatisfeitas com aulas vagas na rede estadual de ensino em Presidente Prudente, o problema foi solucionado. Ao menos na Escola Estadual Professora Maria Luiza Formozinho Ribeiro que, após a realização de uma reunião do Conselho de Pais, houve a normalização da carga horária, conforme as reclamantes. De acordo com a mãe de um aluno que não quis se identificar, a escola prestou os devidos esclarecimentos – que a falta de contratações era devido ao ano eleitoral - e mostrou-se empenhada em reverter de fato a situação.

Em setembro, a cidade contava com cerca de 200 aulas vagas por mês, segundo o coordenador regional da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), William Hugo Correia dos Santos. Entretanto, conforme a Diretoria de Ensino da Região de Presidente Prudente informou em nota, na ocasião, o quadro de professores das instituições da cidade está completo. De acordo com o sindicato, as escolas mais prejudicadas eram aquelas que recebem maior fluxo de estudantes, como as escolas estaduais Monsenhor Sarrion, Fernando Costa e Professora Mirella Pesce Desidere, e as de difícil acesso, como a Vereador Pedro Tofano, que fica no distrito de Montalvão.

Uma das mães que chegaram a se queixar da antiga situação é Maria Ribeiro Limo, 41 anos. Mãe de Maria Isabela Limo, de 16 anos, ela acompanhou de perto o “drama” da filha com a falta de professores no Formozinho. Segundo a prudentina, a jovem – que está no segundo ano do ensino médio – irá prestar Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) neste ano, por isso, estava preocupada com a falta de conteúdo nas disciplinas de Biologia, Matemática e, às vezes, Filosofia. “Tinham semanas que chegava a ter até três aulas vagas e ela gosta muito de estudar, agora fico mais tranquila”, pontua.

Esse tipo de situação era comum desde os meses anteriores a setembro, segundo a mãe Maria Aparecida Azevedo, 49 anos. Conforme ela, a filha - também aluna do segundo ano do Formozinho - se queixava de que, com menos de duas semanas para o início das provas, ainda não se sentia preparada.  “Algumas mães que conheço chegaram a entrar em contato com a escola e o problema foi reconhecido, mas não havia uma solução em curto prazo”, acentua.

No entanto, conforme a Diretoria de Ensino, na época, a Escola Estadual Maria Luiza Formozinho Ribeiro não possuía falha no quadro de docentes. Com isso, reforça que, de “nenhuma forma” é prejudicial para o ensino dos discentes. “Quando não é possível uma substituição de eventuais faltas, é possível elaborar um plano de reposição de aulas para que não haja nenhum prejuízo pedagógico”, informa o órgão.

Cadê os professores?

De acordo com William, a escassez de professores deve-se ao ano eleitoral, que não permite a contratação de novos docentes. Porém, as reclamações que chegam ao sindicato precedem o período. Segundo o coordenador, quando se pensa em falta de professores deve-se olhar os dois lados, já que muitos dos docentes não têm as devidas condições para exercer suas funções.

De acordo com o sindicalista, são “poucos profissionais para muitas salas ou para muitos alunos por aula”. “Existem instituições que precisam de duas substituições no mesmo horário, e como vamos fazer isso? Um professor não pode lecionar em dois locais ao mesmo tempo, somos incapazes de suprir a demanda das escolas e isso só agrava a questão das horas vagas”, expõe. Problema esse que, até pouco tempo atrás, não era agravante, já que, conforme o coordenador, as escolas possuíam um “banco” de docentes reservas aptos a substituir qualquer eventual falta, possibilidade inexistente hoje.

SAIBA MAIS

Não é de hoje que o ensino público estadual de Presidente Prudente tem sofrido com o alto índice de aulas vagas. Segundo o último levantamento realizado pela Apeoesp, em 2017, de 45 escolas analisadas, foram 10.038 aulas não ministradas. Isso significa 9% do total de carga horária prevista, que é de 114.976.

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