Procedimento exige equipe multidisciplinar

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 08/01/2017
Horário 09:07



Todo paciente que for passar por uma cirurgia bariátrica precisa ter avaliação e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar tanto no pré quanto no pós-operatório. O coordenador técnico do Centro de Obesidade da Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, Jefferson Yoshiharu de Toledo Taguti, expõe que normalmente esta equipe é liderada pelo cirurgião responsável. No caso da instituição, são vários cirurgiões vinculados ao serviço.

Jornal O Imparcial Pacientes precisam retornar à santa casa para acompanhamento

O médico relata que os pacientes, além de todos os exames do pré-operatório, como de sangue, de urina, de raio-X, ultrassonográficos e endoscópicos, passam por avaliação de psicóloga, nutricionista, cardiologista e endocrinologista, quando necessário. No pós-operatório, estes ficam no hospital por três dias. Após a alta, com oito dias, voltam para retirar um dreno que fica no abdômen. Com 15 dias, retiram os pontos. Com 30, 60 e 90 dias de operados, passam por avaliação dos cirurgiões e da nutricionista. "Aí, teoricamente, já estão com boa alimentação, orientados tanto em quantidade quanto em qualidade pelos serviços de nutrição. Voltam para análise depois de operados com seis meses, um ano, 18 meses e, na santa casa, com dois anos. A partir daí, uma vez por ano", ressalta.

 

Menos e melhor

Jefferson ainda destaca que, após a cirurgia, o paciente estará restrito na alimentação e na qualidade dos alimentos, dependendo do tipo da cirurgia. "Tem que comer menos e com melhor qualidade", frisa. São dois os principais tipos de procedimento: um que diminui o tamanho do estômago, a chamada gastrectomia vertical, cirurgia mais feita no momento nos Estados Unidos, e a outra, que é a mais realizada no SUS, é a cirurgia mista (gastroplastia com derivação intestinal). "Nesta, dividimos o estômago em duas partes, mas não retiramos nenhuma. Tem uma parte pequena do estômago, com capacidade para 50 a 70 ml , que ligamos com o início do intestino", pontua. Essa cirurgia já teve vários nomes como Capella, Fobi, Wittgrove, mas hoje é chamada de Bypass Gástrico ou Y de Roux.

"O SUS não libera cirurgia por vídeo. Eventualmente, a gente faz alguma quando conseguimos o material por doação de algum fornecedor, mas isso é raro. Então, essa cirurgia pelo SUS é feita de maneira convencional, ou seja, aberta, por uma cicatriz mediana", salienta o especialista. Diz que nas clínicas privadas e em outros hospitais de convênio, é feita a cirurgia por vídeo, sem cortar, "por furinhos". "A gastrectomia vertical é essencialmente laparoscópica, então, praticamente não é feita no SUS", comenta. Na técnica laparoscópica injeta-se gás carbônico dento do abdômen para criar espaço, onde o cirurgião poderá fazer a operação. Após a realização de 5 ou 6 furinhos de cerca de meio até um centímetro, uma câmera de televisão pequena é colocada dentro do abdômen para possibilitar a visualização de todos os órgãos.

 
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