Procon fiscalizará adesão a protocolo de combate à violência contra mulher em estabelecimentos da região

Estado informou que procedimento será iniciado ainda no 1º semestre; curso obrigatório segue com inscrições abertas para profissionais de bares, restaurantes e casas de eventos

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 30/01/2024
Horário 16:53
Foto: Governo do Estado de São Paulo
Protocolo visa formação sobre combate à violência contra mulheres em estabelecimentos públicos e privados
Protocolo visa formação sobre combate à violência contra mulheres em estabelecimentos públicos e privados

A adesão dos estabelecimentos da região de Presidente Prudente ao protocolo "Não se Cale" começará a ser fiscalizada pelo Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) ainda no primeiro semestre de 2024, de acordo com as leis 17.621/2023 e 17.635/2023 e decreto 67.856/2023. O protocolo foi criado pelo governo do Estado de São Paulo para reforçar as estratégias de proteção das mulheres em estabelecimentos privados e públicos de todo o Estado, padronizando formas de acolhimento e suporte do poder público. 

Eventuais infrações podem resultar em multa, suspensão do serviço ou atividade e até interdição, nos termos estipulados pelo Código de Defesa do Consumidor. A multa pode variar de 200 a 3 milhões de UFESPs (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo) – atualmente com valor unitário de R$ 34,26 –, de acordo com a gravidade e critérios previstos no código.

Gratuito e obrigatório por lei para quem trabalha em bares, restaurantes, casas de eventos, espetáculos e similares, o curso do protocolo "Não se Cale" tem como objetivo a formação sobre o combate à violência contra mulheres. Mais de 6 mil profissionais já concluíram o curso.

Inscrições abertas

O curso é totalmente online e pode ser realizado conforme ritmo e disponibilidade de cada profissional. O preenchimento do formulário de inscrição é individual e leva aproximadamente cinco minutos. Basta acessar o link forms.univesp.br/nao-se-cale. Profissionais que trabalham em áreas de segurança, assistência social e saúde também poderão ocupar as 1,5 milhão de vagas disponibilizadas pelo governo. 

Conteúdo acessível e didático

O curso visa preparar os estabelecimentos a identificar e enfrentar situações de risco de forma ativa e adequada, prestando os auxílios previstos no protocolo diante de qualquer pedido de socorro ou suspeita de caso de assédio, violência ou importunação sexual.

O conteúdo foi preparado pelo governo de São Paulo em parceria com a Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) e a TV Cultura. Há módulos sobre conscientização, fluxos de atendimento e rede de proteção, agregando conteúdos didáticos nas áreas de segurança, saúde e essistência. O tempo máximo estimado para a conclusão do curso é de 30 horas.

Depois da conclusão, o profissional recebe um certificado oficial e autenticado, garantindo que o estabelecimento onde trabalha possa obter futuramente o selo e prêmio Estabelecimento Amigo da Mulher. 

Como funciona o protocolo

A mulher que precisar de apoio pode pedir ajuda tanto verbalmente quanto por meio de um gesto já utilizado mundialmente para simbolizar essa necessidade e que, agora, passa a ser adotado em São Paulo e divulgado amplamente pelo poder público e entidades empresariais e comerciais. O sinal é feito com apenas uma mão: palma aberta para cima, polegar flexionado ao centro e dedos fechados em punho.

Diante da solicitação ou situação suspeita de assédio contra uma mulher, os profissionais capacitados deverão acolher a vítima em espaço reservado e seguro – longe do agressor – e oferecer acompanhamento até o carro da pessoa ou veículo por ela acionado para sair do local.

Caso haja necessidade, a polícia ou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) 192, dependendo da situação, poderão ser acionados, respeitando sempre a decisão da mulher e orientando-a sobre a rede de apoio disponível pelos órgãos públicos, desde que a vítima seja capaz.

Estabelecimento Amigo da Mulher

Além desse apoio, é obrigatório fixar os cartazes oficiais sobre a lei em local visível para todos, além dos banheiros destinados ao público feminino. Somente os estabelecimentos que cumprirem integralmente a legislação poderão conquistar futuramente o selo e prêmio Estabelecimento Amigo da Mulher. 

O selo terá três categorias distintas – ouro, prata e bronze – e terá validade anual. Os critérios serão indicados em resolução estadual para graus de complexidade das ações adotadas pelo estabelecimento. A partir de 2024, aqueles que já tiverem obtido a certificação ouro poderão participar da premiação a partir de edital de chamamento público.

Para mais informações, basta acessar www.mulher.sp.gov.br/naosecale.

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