Depois que o astronauta Marcos Pontes, ministro do Mito, falou discretamente, com uma pitada de mistério, sobre uma tal de Annita, a "personagem" em questão sumiu do mapa. Sumiu, desapareceu, puxou o carro, tirou o time de campo. Como diziam os repórteres de antanho, escafedeu-se.
Ninguém viu, ninguém sabe do paradeiro da Annita. Fontes ouvidas pelo O Espadachim juram de mãos e pés juntos que ela foi "sequestrada" por agentes da Anvisa. Em suma: Annita, agora, é "controlada" pela Anvisa.
Até outro dia, Annita dava sopa por aí e - vejam só - estava à venda nas farmácias de todo o país. Evidente que brinco com a Annita, na verdade o nome de um vermífugo. Ou simplificando: trata-se de um remédio que mata vermes. Não vou enumerar a maioria dos vermes para evitar que o leitor vomite enquanto lê estas mal digitadas linhas.
Não é de bom alvitre - ou não pega bem -, falar de lombriga e solitária, por exemplo, ainda mais se o distinto aí - ou distinta - estiver tomando o café da manhã ou almoçando. "Que nojo!", diria alguém e até com certa dose de razão. Perdão! Espero não ter extrapolado, a exemplo de certos ministros.
Se mata vermes, a Annita também seria exterminadora de vírus e é por isso que "ela" desapareceu das farmácias. "Não tem mais, compraram tudo", explicou um farmacêutico. "Annita está controlada pela Anvisa. Só vendo com receita", emendou outro farmacêutico.
Quer dizer: tem gente tomando Annita para evitar a Covid-19, mas será que funciona? O vermífugo faz sucesso em outros países, entre eles México e Egito, onde também a cantora Anitta enlouquece multidões com seu rebolado e sua beleza estonteante, embora, dizem, turbinada.
Vermífugo Annita e cantora Anitta. Não é só uma questão de grafia nos nomes. A segunda já está aprovada em todo o mundo. A primeira convém esperar, pois está na fase de "experiência" para executar uma missão que parece impossível: liquidar o coronavírus, o poderoso inimigo invisível contra o qual a cloroquina sempre entra pelo cano. Sei não, acho que matar lombriga é mais fácil.
DROPS
Filme da semana no Cine Brasil: O Arrependido, estrelando João Doria, amigo do Bolsonaro.
Salve-se quem puder ou salve-se quem tiver?
A Torre de Babel não foi concluída por falta de poliglotas.
Estamos todos na mesma nave. Será?
