Produção de batata-doce tem alta de 50% na região de PP

No entanto, outros 21% realizam as práticas de lavagem, seleção e embalagem em caixas plásticas e 14% executam somente lavagem.

REGIÃO - Mariane Gaspareto

Data 07/09/2014
Horário 08:36
 

A Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) auxiliou no aumento de 50% na produção de batata-doce na região de Presidente Prudente, por meio do Polo Regional Alta Sorocabana, resultando em um incremento de 10 toneladas por hectare, ao disponibilizar plantas livres de vírus aos produtores rurais. A região é a principal região produtora de batata-doce no país há 20 anos, conforme a agência.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística), em 2012, a região de Prudente foi responsável por 60,3% da produção estadual, com 25 mil toneladas, cultivadas em 1.400 mil hectares, enquanto no Estado foram 41,4 mil toneladas e no Brasil, 479,4.

Jornal O Imparcial Crescimento na produção resultou em incremento de 10 t/ha

De acordo com a Apta, a maior parte da produção de batata-doce é consumida in natura e os produtores de Presidente Prudente comercializam o tubérculo "no interior paulista e na grande São Paulo, Rio de Janeiro e até mesmo no Sul do país". A exploração da batata-doce, conforme a Apta, se deve a seu baixo investimento em tecnologia, fácil cultivo e resistência a pragas e doenças.

 

Pesquisa


Para elaborar o perfil dos produtores e suas principais dificuldades no plantio da batata-doce, pesquisadores realizaram entre 2010 e 2012 entrevistas com 28 produtores rurais. De acordo com o resultado, cerca de 70% das propriedades possuem áreas inferiores a 35 hectares e 11%, superiores a 66,5 hectares. "Metade dos entrevistados apresentou a sanidade vegetal como o principal problema na cadeia produtiva e 10% apontaram dificuldades com baixa produtividade da cultura".

A pesquisa ainda identificou que mais de 78% das propriedades são formadas por mão de obra familiar, 32% delas ocupadas por pelo menos uma pessoa. Em torno de 14% das propriedades ocorre a contratação de temporários em épocas-chave da atividade, como plantio e colheita. Além disso, mais de 14% dos entrevistados apontaram a falta de mão de obra como uma das dificuldades no setor.

Em torno de 60% disseram não conduzir qualquer processo de atividade na pós-colheita, comercializando a produção em estado bruto. No entanto, outros 21% realizam as práticas de lavagem, seleção e embalagem em caixas plásticas e 14% executam somente lavagem.

 

Produtores


O produtor rural Ronaldo Mileni, 50, cultiva a batata-doce com a ajuda de sua família em uma área de 24 hectares em Presidente Prudente, há 20 anos. "Particularmente não tenho dificuldade em comercializar, pois sou um produtor tradicional e tenho os contatos necessários. No entanto, muitos estão enfrentando dificuldades por começar com a cultura agora", expõe. Para Mileni, na região, o tubérculo se tornou uma das poucas fontes de renda, visto que "milho, algodão e café já não se vendem mais".

Já o produtor rural Luiz Rocha, 50, que tem uma propriedade de 150 hectares, próximo ao município de Pirapozinho, uma das grandes vantagens do plantio da batata-doce é a possibilidade de plantá-la e colhê-la durante o ano todo. "Já cultivo o tubérculo há 22 anos, comecei com lavouras de tomate e mandioca, me trouxeram um prejuízo enorme. A batata-doce nunca me trouxe esse problema", pontua.

Rocha, ao contrário da maioria dos entrevistados na pesquisa realizada pela Apta, cultiva a planta com a ajuda de cerca de 30 funcionários contratados por diária, e não de familiares. "Minha venda é só por atacado, de norte a sul, pois a nossa região, apesar de ser uma grande produtora, não tem uma tradição de consumo da batata-doce", afirma. Para o produtor, algo que contribuiu nesse aumento da produção do tubérculo foi a divulgação dos benefícios do alimento pela mídia brasileira, o que gerou "uma grande demanda e por consequência, o aumento dos plantios".
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