Produção esperada para soja cai 10,6% em EDRs

REGIÃO - Mariane Gaspareto

Data 10/05/2015
Horário 09:34
 

A soja apresentou queda de 10,6% na previsão da produção para a safra 2014/15 na região de Presidente Prudente, no comparativo entre o levantamento mais recente da estimativa, elaborado pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola) e pela Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) em fevereiro deste ano, e o levantamento anterior, realizado em novembro do ano passado.

A previsão para a cultura era de uma produção de 2.266.500 sacas de 60 kg (quilos) e caiu para 2.024.206 sacas. Entre os três EDRs (Escritórios de Desenvolvimento Rural) da região, o que mais contribuiu nesse decréscimo foi o de Prudente, cuja queda na produção foi de 2.039.700 para 1.779.250. Conforme o diretor técnico do escritório, João Menezes de Souza Neto, algo que pode ter influenciado no fator foi o "veranico" ocorrido entre dezembro e janeiro, que consiste em um período curto de seca no verão, que é uma época em que deveria estar chovendo.

Como noticiado por este diário, no balanço bimestral entre as exportações e importações de Osvaldo Cruz, principal produtora regional na indústria dos derivados de soja (óleo e farelo), o saldo foi de US$ 11.133.188 em 2014 para US$ 2.083.309 este ano, número cerca de cinco vezes menor.

No entanto, de acordo com o diretor técnico do EDR de Prudente, esse fator não está relacionado à queda na expectativa de produção da cultura. "O produtor vai plantar independentemente da soja ser industrializada aqui ou na China, o que influencia mesmo é o preço. É evidente que é interessante a industrialização da soja feita aqui, por gerar emprego e fomentar a economia regional. Todavia, esse só pesa na balança comercial, não na safra", afirma.
Milho

Em contrapartida, o milho teve um aumento de 16% na expectativa de produção para o ano agrícola, indo de 979.500 sacas de 60 kg para 1.142.695 no último levantamento. Novamente, Prudente teve um papel figurativo, escritório onde a estimativa de produção saltou de 581.825 sacas para 697.800 sacas.

De acordo com o diretor técnico do EDR, o milho é utilizado como segunda safra nas áreas de soja, e tem se desenvolvido bem na região. "Dessa forma, para a cultura continuar crescendo, mesmo com a queda na soja, isso vai depender dos preços no mercado, visto que a maior expansão do milho é relacionada à sua utilização na segunda safra", pontua.

De acordo com Neto, o preço do milho hoje "remunera, mas não é espetacular" de modo que o crescimento da produção pode ocorrer caso o valor aumente no mercado ou, caso a soja se valorize. "Os preços vêm caindo no mercado internacional, mas como o dólar segue subindo, o produtor ainda não teve prejuízo", acrescenta.
Publicidade

Veja também