Professor universitário e investigador, formado no mestrado e doutorando em Geografia na FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista) de Presidente Prudente, o moçambicano José Maria do Rosário Chilaúle Langa, que hoje vive na cidade, participa entre os dias 5 e 8 deste mês do Festival Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com África, que será realizado em Salvador (BA). “A participação nesse festival representa uma oportunidade singular de afirmar o papel de Moçambique nos debates globais sobre o futuro das cidades, da juventude e da justiça climática. Esta é a 7ª edição do evento e a primeira realizada fora do continente africano. O evento simboliza um momento histórico de reencontro entre vários países da África, o Brasil e a França, territórios ligados por profundas heranças culturais e por desafios contemporâneos comuns”.
José Maria diz que, como moçambicano, considera essencial estar presente neste espaço de diálogo e construção de saberes. “O festival é uma plataforma de escuta e troca horizontal, onde vários países africanos deixam de ser apenas objetos de discurso e se tornam sujeitos ativos na definição de soluções globais, sobretudo em temas que são centrais como justiça territorial, inclusão social, igualdade de gênero e sustentabilidade urbana”.
Ele ressalta que a presença neste evento também reforça a missão que vem desenvolvendo como membro fundador do ObserA - Observatório Ambiental para Mudanças Climáticas e como coordenador do programa de pesquisa Maputo Fast Forward, que tem como objetivo pensar novas formas de viver, planejar e governar as cidades africanas frente às transformações climáticas e tecnológicas.
“Participar desse evento é, portanto, um gesto político, científico e simbólico: um compromisso com a construção de pontes entre territórios e gerações, com a valorização do conhecimento africano e com a produção de narrativas que colocam o continente no centro das soluções globais. Nesse espaço plural, quero levar a voz de Moçambique, contribuir com a experiência geográfica e socioambiental que o país carrega e somar forças na criação de futuros comuns, inclusivos e sustentáveis. Porque acredito profundamente que não haverá futuro sem inclusão - e é no diálogo entre África, Brasil e França que novas possibilidades podem florescer”.