Os professores da rede estadual cogitam entrar em greve no dia 13 de março. A paralisação das atividades será definida no próprio dia 13, em uma assembleia geral com os professores da rede no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), na capital paulista. No evento, também estarão presentes diversos professores de Presidente Prudente, que irão de caravana para o encontro.
A subsede regional da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), em Prudente, realizou uma reunião com profissionais sindicalizados na manhã de ontem para tratar do assunto. Na parte da tarde, após às 14h, eles se organizaram em uma carreata pelas principais ruas, percorrendo todas as unidades escolares pertencentes ao Estado em Prudente.

Carreata, que percorreu Prudente, contou com 122 professores divididos em 68 automóveis
Segundo Ana Kunh, presidente da Apeoesp, o manifesto pelas vias contou com 122 professores divididos em 68 automóveis. A ação contou com um carro de som e o apoio de segurança de trânsito da Semav (Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública). A carreata contou ainda com carro de som, bandeiras e faixas com mensagens sobre a valorização do magistério.
"Nosso manifesto é para que as pessoas saibam que estamos descontentes com as atuais condições de trabalho da classe. Além da falta de estrutura, os salários atuais não acompanham a inflação. O dinheiro é pouco. O magistério precisa ser valorizado", destaca Kunh.
De acordo com a pauta de reivindicações, a categoria pede aumento salarial de 75,33% para equiparação com as demais categorias com formação de nível superior (conforme prevê a meta 17 do Plano Nacional de Educação), rumo ao piso do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) para os docentes do ensino fundamental ciclo I, com jornada de 20 horas semanais de trabalho; aplicação da jornada do piso; reabertura das classes e períodos fechados e desmembramento das classes superlotadas; contratação dos professores temporários com garantia de direitos, sem quarentena nem duzentena; convocação de todos os concursados; aumento dos valores de vale-alimentação e vale-transporte; fim da violência nas escolas, entre outros.
"Não queríamos a greve, mas se o governo não abrir para negociação e atender nossas exigências, teremos que tomar nossas providências", comenta a presidente da subsede do sindicato.
Estado
A Assessoria de Imprensa da Secretaria da Educação do Estado informa que, em conjunto com os servidores, materializou um plano de carreira inédito. O aumento do salário acumulado em quatro anos foi de 45%. Atualmente, o salário de um professor que leciona 40 horas para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio está em R$ 2.415,89, valor 25,9% superior ao piso nacional.
A nota informa que "os profissionais da Educação ainda podem conquistar o reajuste salarial de 10,5% por meio da valorização pelo mérito ou por prática pedagógica e de 5% por meio de qualificações adquiridas durante a carreira. São apenas alguns exemplos da constante valorização dos profissionais, uma das prioridades da pasta".
Em relação à violência nas escolas, a assessoria expõe que trata-se de "um problema social que exige várias frentes de atuação". "Todos os esforços são para envolver as famílias e vários agentes nos programas preventivos desenvolvidos pelas unidades de ensino", conclui o informativo da pasta.