Profissionais da educação entram para linha de frente e precisam ser imunizados

EDITORIAL -

Data 14/02/2021
Horário 04:50

A imunização contra a Covid-19 teve início em todo o Brasil, injetando uma dose de ânimo na população. Era o que, de fato, precisávamos: a esperança de dias melhores em meio ao período conturbado provocado pelo avanço progressivo da doença no mundo.
De acordo com o governo estadual, o calendário de vacinação ocorre com base em critérios técnicos definidos pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) e à medida que o Ministério da Saúde disponibiliza doses, o que é completamente compreensível, no entanto, o jornal O Imparcial explora, nesta edição, uma situação que preocupa: enquanto o Programa Nacional de Imunizações contempla outros grupos prioritários, a escola é um local seguro para os profissionais de educação trabalharem?
Na matéria “Professores voltam às aulas sem expectativas de quando serão imunizados”, publicada na página 8, a reportagem traz a insatisfação dos sindicatos que representam a categoria nos âmbitos estadual e municipal. A queixa é pertinente. Embora as redes municipal e estadual de Educação convoquem apenas os profissionais que não sejam do grupo de risco para o retorno presencial, todos estes têm famílias em casa e estão suscetíveis a levar o vírus para as pessoas que amam.
Além disso, apesar de as esferas de governo garantirem que as escolas estão sendo equipadas para atender todos os protocolos de segurança contra a Covid-19, vale lembrar que não há como se certificar de que todas as crianças cumprirão rigorosamente essas medidas durante o período de quatro horas nas escolas. Nessas condições, as salas de aula se tornam um espaço propício para a circulação do vírus e o contágio da doença.
Isso não significa que o retorno presencial não deva ocorrer: é extremamente necessário, a fim de restabelecer os vínculos dos alunos com a escola e impedir déficits no processo de aprendizagem, mas seria fundamental que, antes dessa retomada, as lideranças articulassem planos para imunizar todos que estão voltando para as escolas. Os profissionais da educação passam a ser linha de frente e precisam ter uma previsão de quando serão vacinados, podendo, desta forma, regressar ao trabalho se sentindo seguros e protegidos.
 

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