Os gatos são um exemplo típico de animais que não gostam do estresse causado por viagens. Deste modo, uma alternativa para as famílias que precisam se ausentar de casa são os hotéis, pensionatos ou serviço de cuidados para os felinos na residência do próprio tutor. A reportagem de O Imparcial conversou com algumas profissionais para entender melhor como funciona este segmento em Presidente Prudente, algo que não é tão habitual no município.
Lilan Queiroz Thomazini é programadora e, durante a pandemia, necessitou trabalhar em casa. Ela passou a aliar o trabalho de programação ao Pensionato da Tia Lilan, onde acolhe os felinos de tutores que precisam se ausentar da cidade por um determinado período de tempo. “O que mais me fez ter o pensionato é: ter um animal não é e nem deve ser motivo para não viajarmos”, comenta. “Mas o animal precisa estar num lugar seguro com alguém cuidando e não apenas deixado para trás com ração e água”, acrescenta Lilian.
Segundo Tia Lilan, em seu pensionato, o gato recepcionado tem todo um cuidado que um hóspede merece. “Se precisar medicar, brinco todos os dias, mando fotos e vídeos para os donos poderem ficar mais tranquilos na viagem”. Ela explica que, no local, dois quartos da casa são usados para a hospedagem. “Nunca misturo animais neles. A única exceção é se for mais de um animal do mesmo tutor. Aí ficam juntos, porque eles já se conhecem”, explica Lilan.
Giceli Bitencourt é proprietária do Spa Petz e hospeda gatos e também cães dentro das acomodações de sua casa. “É uma casa ampla, segura e bem ventilada”, pontua. Giceli relata que mantém o ambiente completamente fechado para que os animais se sintam livres dentro do local. “Como os recebo, eles têm contato direto conosco. Podem escolher onde dormir, até mesmo na nossa cama”, expõe a groomer (cuidadora) pet, que sempre pede uma peça de roupa do tutor. “O cheiro do tutor no ambiente causa conforto aos pets”, indica.
A proprietária do Spa Petz explica que o ambiente tem tranquilidade, brinquedos, como arranhador, e claro um humano para demostrar atenção e carinho para ajudar o felino a passar os dias em que não estará junto a seu tutor. “Não existe limite para hospedagem, o que se deve observar é a interação do pet, se está se alimentando, fazendo as necessidades. Ao menor sinal de anormalidade, o animal é avaliado por um médico veterinário e o tutor é imediatamente comunicado”, enfatiza Giceli sobre o serviço desempenhado quando o gato é hospedado em sua casa. “Não mudo os hábitos alimentares do pet. Isso é extremamente importante! Procuro manter ao máximo o cotidiano dele”, complementa a profissional.
Por fim, ela relata que não utilizo gaiolas e baias para manter um ambiente familiar aos felinos. “Apenas acomodo um pet por vez ou gatos familiares, como três de uma mesma família, por exemplo”.
Jô Beccegato trabalha, junto a seu marido Sidnei Beccegato, há cerca de 4 anos como pet sitter. “Esse novo conceito de trabalho com os pets, no ambiente deles, começou há quase 4 anos. Em datas sazonais, entra uma segunda equipe que está conosco nesses 4 anos”, relata Jô, que também exerce o trabalho aos finais de semanas, feriados, Natal e virada do ano.
“A ideia veio ao encontro da necessidade dos tutores que não quererem levar seus pets para um ambiente diferente, na presença de outros pets e, também, pela necessidade de não deixar a casa sozinha enquanto viajam”, explica a pet sitter. Segundo a profissional, os cuidados são sempre na casa do tutor para evitar estresse dos pets, principalmente dos felinos, que são, segundo ela, “territorialistas”.
“No ambiente que estão acostumados, a ansiedade diminui. Eles continuam em contato com o cheiro do tutor e deles. Não perdem o apetite, não existem fugas e evita proliferação de pulgas e carrapatos. O impacto emocional é zero, independente se a viagem é de um fim de semana ou 40 dias, por exemplo”, argumenta.
Segundo ela, o serviço inclui “a limpeza do ambiente, das caixas de areia ou gatil, higienização dos comedores, troca de água, ração, brincadeiras, remédios caso haja necessidade e muito carinho. Temos uma ficha cadastral com todos os dados necessários do pet: remédios, veterinários no caso de urgência e também cuidamos de tudo quando acaba a ração ou se tem que levar para o banho, por exemplo”, elucida Jô, que também pontua que o tempo de trabalho varia e depende de cada casa e da quantidade de pets no local. “Faço uma visita por dia quando necessário, fazemos uma segunda visita à noite, que vai depender da necessidade do pet ou do tutor”, relata a pet sitter, que no momento da visita encaminha, em tempo real, vídeos e fotos para o tutor acompanhar enquanto ela está junto aos pets.
Cedida/Jô Beccegato
“No ambiente que estão acostumados, a ansiedade diminui”, explica Jô sobre serviço de cuidados aos gatos na casa do tutor