O Ministério das Cidades lança hoje, no Palácio do Planalto, o programa Cartão Reforma, que vai oferecer benefício no valor médio de R$ 5 mil às famílias que possuem renda bruta mensal de R$ 1,8 mil, para aquisição de materiais de construção destinados à reforma, ampliação ou conclusão de moradias. O início do programa está previsto para 2017, com orçamento inicial de R$ 500 milhões. O repasse de recursos será feito por meio do ministério, via CEF (Caixa Econômica Federal), que disponibilizará o cartão para as famílias que ainda serão selecionadas. De olho no aumento da procura pelos materiais de construção, as lojas prudentinas do ramo comemoram a medida, vista com bons olhos.

Marcelo Garcia, da Tanapi, acredita que estabelecimentos precisam ofertar diferencial

"O setor está em queda. Estamos sofrendo com a crise, como o fluxo mais baixo de clientes na loja. Esse novo benefício vai clareando o horizonte", comenta o gerente da Liane Materiais de Construção, Marcelo de Jesus. Declara que toda a ajuda é bem-vinda. "Tudo o que o governo puder fazer, como o trabalho com as linhas de crédito, por exemplo, é visto com bons olhos. Esperamos melhorar o quanto antes e, com isso, todo o comércio se aquece", frisa.

Já o proprietário da Tanapi, loja que está no mercado prudentino há 32 anos, Marcelo Lima Garcia, diz que, não basta apenas a concessão do benefício, tendo em vista que os estabelecimentos precisam buscar seu diferencial para atrair clientes que terão nas mãos o Cartão Reforma. "Cada loja precisa oferecer um atrativo para esses novos compradores. Cabe ao lojista conseguir atrair aquele consumidor que vai ter o cartão", esclarece. "Acho que com esta novidade dá para melhorar o setor e qualquer iniciativa do poder público como esta impulsiona as vendas. Já passamos por várias crises e, assim como as outras, essa também vai passar", lembra, otimista.

 

Mapeamento

Segundo a Assessoria de Comunicação do Ministério das Cidades, Estados e municípios serão responsáveis pelo mapeamento da área de intervenção e pela identificação das famílias que poderão receber o benefício. "Apenas áreas regulares ou passíveis de regularização serão atendidas pelo programa", aponta. Como contrapartida, os beneficiários serão responsáveis pela mão-de-obra. No entanto, a pasta vai oferecer recurso também para que técnicos acompanhem e orientem as obras. "No Brasil, 7,8 milhões de moradias precisam ser reformadas. Destas, 3,6 milhões de residências pertencem a famílias com até R$ 1,8 mi de renda", frisa.

Através da assessoria, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, informa que o programa é flexível e poderá contar com incremento dos Estados e municípios que queiram disponibilizar mais recursos para a demanda local. "Sabemos que o orçamento atual está longe de alcançar a demanda que existe no país, mas estamos conscientes de que é preciso construir um programa transparente, duradouro e sustentável para que esta parceria ultrapasse governos e colabore com a queda do déficit habitacional qualitativo", explica.

A pasta destaca que, além de possibilitar a melhoria de habitações das famílias de baixa renda, o Cartão Reforma tem a missão de estimular a indústria nacional, os comércios locais e gerar emprego e renda para as regiões.