A secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Natália Resende, visitou nesta quarta-feira o ponto na Rua Cyro Bueno, no Jardim Morumbi, em Presidente Prudente, onde foi feito, na segunda-feira, o primeiro furo do projeto de biometano na cidade. A obra da Nécta Gás Natural no município, que prevê a instalação 40 quilômetros de rede de distribuição, apenas no perímetro urbano, ainda este ano, demonstra a potencialidade da região e do Estado, e a ideia será fomentada em todo o território paulista, indica Natália.
“O que a gente vê aqui hoje é uma coisa que a gente quer expandir, estender também para todo o Estado, quer que vire referência. E já tem servido muito de exemplo que está acontecendo aqui em Prudente, porque aqui você tem do setor sucroenergético, a produção do biometano”, argumentou a secretária, em visita à sede de O Imparcial, sobre o projeto que vai conectar mais de 5 mil residências, 50 estabelecimentos comerciais e oito plantas industriais, com estimativa do gás renovável produzido a partir da decomposição de resíduos orgânicos já estar disponível para uso até dezembro.
“Tem um potencial de economia circular muito grande nessa questão. Olhando o setor sucroenergético, olhando resíduos, a gente gerar biogás, ir aumentando, colocando também no grid, dar escala, cada vez abastecer mais a indústria e chegar nesses números que a gente já estudou e viu que é plenamente possível”, complementa a responsável pela Semil.
Tais números citados por Natália correspondem aos resultados de um estudo feito pela pasta com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) os quais apontaram que o Estado pode chegar a produzir 6,4 milhões de metros cúbicos/dia de biometano. “Isso é 40% do que a indústria precisa. Quer dizer que a gente pode abastecer metade da indústria de São Paulo com biocombustíveis, com energia muito limpa. E, de onde viria isso? 84% do setor sucroenergético, 16% do lixo, o que é bem interessante também”, explica.
A secretária também revela que, no ano passado, o Estado adotou o primeiro plano subnacional de energia do Brasil, com trajetória para emissões líquidas zero até 2050, chamado Plano Estadual de Energia 2050 (PEE 2050). “Nele, a gente estudou tudo, todas as rotas, todas as tecnologias. O que é que eu tenho vocação aqui no Estado? Então, já é uma vocação imensa do agro em relação ao etanol. Do agro eu consigo gerar, transformar em hidrogênio de baixo carbono. E o outro que a gente viu, que é até mais interessante por causa da escala, é o biometano, que tem uma potencialidade gigantesca aqui”, afirma.
“Então, dentro desses 84%, a gente está vendo o que que é gargalo, o que que eu consigo melhorar da parte de infraestrutura, dentro das nossas concessões de gás, porque aí vem uma diferença também, o biometano eu consigo injetar 100% no grid, no gás. Ele mistura. O hidrogênio, eu não consigo, por exemplo”, esclarece Natália.
Ainda no oeste paulista, Natália participou, na tarde desta quarta-feira, com o presidente do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), Sergio Codelo, da entrega da pavimentação da estrada municipal MPR-154/157/281/374. A via interliga o município de Mirante do Paranapanema a bairros rurais e assentamentos da região, beneficiando diretamente cerca de 16 mil moradores. Com 20,2 km de extensão, a obra foi concluída em dezembro de 2024 e recebeu um investimento de R$ 34,97 milhões.
“Essa é uma pavimentação muito importante para as pessoas, para a região, uma demanda histórica para poder fazer a ligação com assentamentos rurais, com o bairro rural Pé de Galinha, como é conhecido. E isso o pessoal sempre nos procurou para a gente conseguir ajudar, porque é uma estrada municipal”, comenta. “Então a gente fez todo um trâmite, convênio, para ter 100% de recursos do Estado, e aí a gente conseguir trazer esse escoamento de produção, mobilidade das pessoas, segurança viária, drenagem”, detalhou.
Elizabete Santos
No oeste paulista, Natália entregou obra em Mirante do Paranapanema e visitou O Imparcial