De Bebelê a Lê no Ninho! Este é o nome sugestivo que remete ao conforto de um lar, acalento de um colo... um riquíssimo projeto que foi lançado na tarde de ontem na Biblioteca Infantil Benjamin Resende, ligada a Biblioteca Municipal Abelardo de Cerqueira César no Centro Cultural Matarazzo de Presidente Prudente.  Como publicado, em setembro, neste diário a iniciativa – antes chamada de Bebelê – tem como objetivo fomentar e incentivar a leitura dos bebês a partir de 6 meses e de crianças até 4 anos. É cedo demais? Não, quanto antes mostrar aos pais e cuidadores que os pequenos podem ter contato com os livros, mais fácil e natural será o processo de desenvolver nelas o gosto por eles.

Intenção do "Lê no Ninho" é possibilitar um ambiente leitor, em local agradável onde a interação possa ocorrer com qualidade

Sabrina Cairo Bileski, 37 anos, consultora do Instituto Tellus explica que a mudança do nome está ligada à essência do projeto, podendo destacar dois fatores. Primeiro a faixa etária em que poderão participar da ação crianças também e não apenas bebês como o nome pode sugerir. E, fazendo algumas pesquisas as equipes encontraram vários projetos como o nome Bebelê.

A consultora enfatiza que a intenção do "Lê no Ninho" é possibilitar um ambiente leitor, em local agradável onde a interação possa ocorrer com qualidade onde o contato com o livro represente uma situação de carinho entre o adulto e o bebê/criança.

 

No lançamento

E foi isso que Pamela Rafaela Carvalho Pereira, 28 anos, disse ter encontrado. Acompanhada dos dois filhinhos, Ícaro, 10 anos, que faz aulas de trompete no Projeto Guri e o pequeno Isac de 1 ano e 7 meses. "Eu adoro esse lugar. Enquanto o Ícaro estuda, fico andando por todos os cantos do Matarazzo com o Isac. E foi assim que fiquei sabendo do projeto. Muito bom mesmo! É uma grande oportunidade de aprendizado", ressalta a mamãe.

A professora Tânia Pereira das Neves, 45 anos, tia de Davi, 3 anos, estava lá com o sobrinho que não parou de brincar. "Um programa desses acrescenta em todos os sentidos na vida de uma criança. As incentiva a ter gosto por algo mágico que pode transformá-la em um adolescente mais feliz. Com uma mente saudável!", exclamou a tia.

 

Satisfação

Para o bibliotecário da unidade, Murilo Tomiazi Misael, a iniciativa aumenta a oferta cultural local e sem nenhum excesso de gastos pelo município. Materiais como livros, brinquedos, fantoches, tambores, chocalhos e multimídias serão todos disponibilizados gratuitamente.

"Só não ficamos mais felizes hoje pela quantidade de participantes. Normalmente as pessoas acham que biblioteca não é lugar de criança. Vejam só, esse programa foi feito especialmente para elas. Queremos ver muitas famílias aqui. A criança fidelizada com a leitura certamente passará por outros ambientes da biblioteca. É um bom momento, para as maiorzinhas, como primeiro contato com os livros antes de entrarem na escola...", frisa o bibliotecário.

Andreia dos Santos Oliveira, 40 anos, foi a profissional prudentina que fez a capacitação nas oficinas de cocriação em São Paulo. Segundo ela, esse projeto é mais que inovador e gratificante. "Trabalhar com bebês/crianças é um aprendizado e descobertas constantes. Você ri, chora, se emociona junto com elas . É importante porque se os cuidadores não estão conectados com a leitura, aqui certamente eles ficarão. Eos pequeninos serão tocados pela magia que exitem nos livros e só ganharão com isso", destaca a "tia, monitora" que interagirá nos encontros com os participantes.

 

"Lê no Ninho"

O Instituto Tellus, que trabalha com inovação em serviços públicos, viu no programa uma oportunidade de incorporar tecnologia à mediação de leitura, e a SP Leituras, organização social que gerencia a Biblioteca de São Paulo e Biblioteca Parque Villa-Lobos, ambas do governo do Estado de São Paulo enxergou a possibilidade de estender uma experiência bem sucedida a mais bibliotecas do Estado. A de Prudente, selecionada por meio de edital, foi uma das dez contempladas do Estado a recebê-lo.

Dada a importância do ato de ler e da interação com as histórias e os livros, e as suas consequências positivas no desenvolvimento infantil abrangerá não apenas as selecionadas, mas também a BSP e BVL (Biblioteca de São Paulo / Parque Biblioteca Villa-Lobos), ambas mantidas pelo Governo do Estado de São Paulo onde o programa, desenvolvido pela SP Leituras.

"Trabalhamos com quatro eixos importantes a partir de um ambiente lúdico, propício para: a cultura leitora, onde a criança acaba vendo os livros como um brinquedo comum do seu dia a dia; conteúdos adequados e fortalecimento do vínculo entre os pequenos e seus cuidadores e atitude", ressalta Sabrina.

 

Programa

Fundamentado na teoria do Letramento Infantil , o Bebelê, agora Lê no Ninho, definido pelo National Institute of Child Health and Human Development (NICHD) mostra a importância de se incentivar o ato de ler, a interação com histórias e livros para bebês e crianças, bem como a consequência positiva no desenvolvimento infantil.

A iniciativa foi implantada na Biblioteca de São Paulo, em 2012, enquanto a Biblioteca Parque Villa-Lobos oferece o projeto desde sua inauguração, em 2014. Até o momento, 480 ações foram realizadas, atendendo mais de 3.250 participantes.

 

Serviço

As atividades devem iniciar em janeiro, com horário e dia ainda não definidos. Para mais informações basta entrar em contato com o bibliotecário Murilo Tomiazi Misael pelo telefone: 3226-3399.