Com o intuito de ajudar pessoas carentes a construir ou reformar suas tão sonhadas casas, um grupo de voluntários de Presidente Prudente desenvolve o projeto Realizando Sonhos, pelo qual criaram o Banco de Materiais de Construção Usados. A iniciativa visa arrecadar materiais de construção de diversos segmentos, além de eletrodomésticos e móveis, que estejam em boas condições de uso, para serem reciclados e destinados à construção de novas residências.
O idealizador do projeto, Norberto Gualdi de Oliveira, conta que a ideia surgiu em parceria com os vicentinos da Igreja São Vicente de Paulo, há seis anos, quando percebeu a falta de entidades voltadas à construção de casas. A proposta é arrecadar materiais que sobram de obras e acabariam sendo descartados e, assim, em conjunto com os futuros moradores e voluntários da comunidade, construir o imóvel. Com isso, o projeto já atuou em diversos bairros de Prudente, como Vila Formosa, Vila Iti, Parque Alvorada, Jardim Humberto Salvador, Brasil Novo, Parque dos Pinheiros, entre outros, além do Km 7. “É uma forma de fazer as pessoas viverem com um pouco mais de dignidade”, declara.
Há um ano e meio, o engenheiro civil Fernando Húngaro integrou o grupo para colaborar na avaliação dos materiais e divulgação do trabalho. Durante esse período, os voluntários adquiriram o Banco de Materiais de Construção Usados e construíram o total de quatro casas - outra seis estão em andamento. Fernando explica que as residências possuem o padrão de dois dormitórios, sala, sanitários e cozinha, totalizando cerca de 50 metros quadrados. “O auxílio a essas famílias carentes possibilita a construção de suas moradias, engrandece e enriquece a alma de quem participa”, considera o engenheiro.
As doações são aceitas no Banco de Materiais, localizado na Estrada Raimundo Maiolini, Km 7, Parque Residencial Francisco Belo Galindo, ao lado da Casa da Sopa. No entanto, quem não possuir condições de levar o material, basta entrar em contato com o número 99728-0059.
Sonhos realizados
A moradora do Parque Residencial Francisco Belo Galindo, Edna da Silva Moreira, 37 anos, foi uma das primeiras a ter a sua casa construída com a ajuda do projeto. Ela conta que na época atuava, junto de seu marido, como catadora de materiais recicláveis em um lixão de Prudente. Com a prática, o casal ganhava cerca de R$ 500 por mês, que, segundo Edna, era o suficiente para pagar contas de água, luz e alimentação. O local em que trabalhava acabou encerrando as suas atividades e, devido a isso, os trabalhadores receberam da Prefeitura um terreno, o qual abriga sua residência hoje.
Edna conta que, como uma forma de retribuição pela ajuda do projeto, todos os anos cede a casa para a realização de festas de Páscoa, Dia das Crianças e Natal. “Graças a Deus tenho uma casa hoje e falo que vivo numa mansão. Como encontrei uma pessoa que me ajudou, acho que também posso ajudar alguém, por isso adoro fazer as festas”, declara.
Depois de casar, Jéssica Luiza da Silva, 17 anos, sempre desejou um local para viver com sua família, e há dois anos conseguiu construir sua casa com a ajuda da mãe e do projeto. Foram seis meses até que a residência ficasse totalmente pronta, com o total de quatro cômodos. Além do material de construção, Jéssica também recebeu de Norberto doações de diversos móveis, por isso diz que “se não fosse essa ajuda, não estaria na casa hoje”.
