Em Presidente Prudente, o avanço da cobertura vacinal contra a poliomielite segue lento. Desde a prorrogação da campanha nacional, anunciada em 30 de setembro, o índice de imunização passou de 51,9% para 56,7%, sendo que a porcentagem segura para manter a erradicação da doença deve ser igual ou superior a 95%.
Conforme dados informados pela VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) a O Imparcial nesta sexta-feira, o município possui 10.765 crianças de seis meses a menores de cinco anos que integram o público-alvo da campanha. Deste total, 6.114 receberam o imunizante. Isso significa que 4.651 (43,3%) ainda precisam ser levadas a um posto de saúde para garantir a proteção.
A pólio está erradicada no Brasil desde 1989, no entanto, a baixa cobertura atingida pela campanha de vacinação tem preocupado as autoridades. Nesta semana, um caso suspeito da doença foi registrado no município de Santo Antônio do Tauá, no Pará, mas acabou descartado pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira.
Em nota à imprensa, a pasta informou que foi notificada de um caso de paralisia flácida aguda em uma criança de 3 anos de idade dois dias após receber a VOP (vacina oral poliomielite). Porém, não se trata de poliomielite, mas sim de um caso de PFA (paralisia flácida aguda) suspostamente atribuível à vacina VOP.
Na caderneta de vacinação da criança, não consta registro de VIP (vacina inativada poliomielite), que deve ser administrada anteriormente à VOP. “Em geral, a vacina poliomielite oral é bem tolerada e muito raramente está associada a algum evento adverso grave. Destaca-se que o risco de paralisia flácida aguda com a VOP é muito raro e que, quando a VOP é aplicada como reforço após o esquema básico com a vacina VIP, esse risco é praticamente nulo”, esclareceu.
O Ministério da Saúde apontou que a criança foi atendida ambulatorialmente, não chegou a ser internada, evoluindo bem com recuperação da força muscular, e permanece com discreta claudicação em membro inferior esquerdo.
Acrescentou que, de 1989 até 2012, de 764 milhões de doses de VOP aplicadas em crianças de todo o país, ocorreram somente 50 casos de pólio vacinal. A partir de 2012, com a introdução do esquema sequencial VIP/VOP, não ocorreram mais casos de pólio vacinal no país.
“Importante reforçar que poliovírus Sabin Like 3 detectado nesse caso no Estado do Pará não tem caráter transmissível e não altera o cenário epidemiológico no território nacional, ou seja, não há casos confirmados de poliomielite no Brasil desde o ano de 1989 e o país segue com a certificação de eliminação da poliomielite”, completou.
A pasta informou ainda que técnicos do Ministério da Saúde reuniram-se com a equipe da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará, Instituto Evandro Chagas e OPAS/OMS (Organização Pan-Americana da Saúde) para discussão e elaboração de estratégias de fortalecimento das coberturas vacinais no Estado e acompanhamento da criança. A equipe do Ministério da Saúde está se deslocando para apoio ao Estado e município.
Segundo o Ministério da Saúde, a poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.
Em Prudente, a vacina contra a poliomielite está disponível nas 28 unidades de saúde. Os pais ou responsáveis podem levar os filhos para tomar o imunizante de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30. A campanha nacional de imunização foi prorrogada até o dia 31 deste mês.
