Em uma semana, a Prefeitura de Presidente Prudente confirmou mais 4.942 casos de dengue. No dia 27 de abril, a cidade somava 13.287 diagnósticos positivos neste ano. Em atualização feita nesta quinta-feira, o número saltou para 18.229.
Não houve confirmação de novas mortes em decorrência da doença. Em 2023, a cidade registrou 18 óbitos.
Como parte das ações de enfrentamento ao avanço das infecções, as residências que receberem os agentes de endemia receberão um selo informando que foram vistoriadas pela equipe de saúde. O presidente do Comitê Municipal de Acompanhamento e Assessoramento das Ações de Controle da Dengue e Leishmaniose Visceral, Carlos Rocha Santana, Kal, pede que a população autorize a entrada dos profissionais, visto que há uma crescente resistência no município.
O comitê atua em conjunto com as secretarias municipais, como a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), e com o Campp (Conselho das Associações de Moradores de Presidente Prudente). Além disso, conta com voluntários atuando na força-tarefa de combate à dengue, composta por quatro equipes que percorrem diferentes bairros da cidade, a fim de visitar as casas e realizar o recolhimento de materiais que possam acumular água. Os trabalhos da força-tarefa seguem até esta sexta-feira.
Conforme noticiado por este periódico, a SES-SP (Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo) comunicou que o DENV-2, um dos quatro sorotipos de vírus da dengue, está em circulação em Prudente. De acordo com a pasta, o IAL (Instituto Adolfo Lutz) confirmou, no dia 19 de abril, um caso de dengue tipo 2 na cidade. O paciente em questão teve alta médica no dia 3 de abril e já se recuperou. "Este tipo de dengue é comum em diversas regiões do Estado, principalmente nesta época do ano", expôs a secretaria.
À reportagem de O Imparcial, o médico infectologista prudentino André Luiz Pirajá da Silva explicou que a dengue tem quatro sorotipos e nenhum deles apresenta sintomas diferentes nos pacientes. As manifestações comuns são febre e dores musculares, nas articulações, nos olhos e na cabeça. Segundo ele, eventualmente, um ou outro sorotipo pode desenvolver um quadro mais grave, mas isso não significa que vá acontecer.
O grande problema, apontou Pirajá, é que em uma região onde a população está exposta a dois sorotipos diferentes, os cidadãos ficam duplamente suscetíveis ao vírus da dengue. "A imunidade é específica para cada um. Ou seja, nosso corpo atua somente contra aquele sorotipo. O paciente que contrair a dengue tipo 1 desenvolverá imunidade específica contra ela, mas está suscetível a pegar a dengue tipo 2", exemplificou. "Sendo que o segundo caso de dengue tende - o que não quer dizer que vá ocorrer - a ser mais grave que o primeiro", pontuou.
Na tentativa de desafogar as unidades de saúde, a administração municipal fortaleceu a rede de atendimento aos pacientes sintomáticos. Além das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e ESFs (Estratégias de Saúde da Família), há três pontos de acolhimento no Jardim Santana, na Cohab e no Centro Cultural Matarazzo.
No Matarazzo, as equipes médica e de enfermagem recebem exclusivamente pacientes com dengue que apresentam sintomas leves, oferecendo consultas e hidratação. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.
Casos urgentes, ou seja, com complicações, como dores abdominais, vômito persistente e algum tipo de sangramento, devem procurar as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) dos bairros Jardim Guanabara e Ana Jacinta.
