Prudente soma 12 mortes investigadas por dengue

PRUDENTE - Mariane Gaspareto

Data 27/02/2016
Horário 11:11
 

Presidente Prudente conta atualmente com 12 mortes investigadas por dengue - sendo cinco já confirmadas pela VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) - segundo o médico infectologista do GVE-21 (Grupo de Vigilância Epidemiológica), Paulo Mesquita. As informações foram divulgadas na noite de quinta-feira, em encontro realizado para discutir os óbitos em decorrência da doença e os protocolos de atendimento. Segundo o infectologista, entre as vítimas das mortes investigadas, sete chegaram a ser atendidas em unidades de saúde antes da internação em que ocorreram seus óbitos.

Um desses pacientes chegou a ser atendido cinco vezes antes de seu falecimento; três foram atendidos por duas vezes, três apenas uma vez antes de sua morte e outros três foram atendidos apenas na internação em que sua morte foi registrada. Sobre as outras duas mortes investigadas, não foi possível coletar informações referentes aos atendimentos, por serem casos muito recentes.

Jornal O Imparcial Dados foram divulgados em evento para discutir mortes por dengue

Para o infectologista, o ponto-chave para que o fluxo e o protocolo de atendimentos seja aprimorado em Prudente, no sentido de evitar essas mortes, é a classificação de risco, feita para indicar em qual grupo dos quatro grupos de dengue (A, B, C e D) o paciente se enquadra. "Os profissionais da saúde precisam entendê-la, praticá-la e registrá-la", declara. Além disso, o médico aponta que para reduzir a letalidade da dengue é crucial identificar casos de risco para a má evolução e ter um olhar analítico e cuidadoso a idosos, gestantes, obesos, crianças e pessoas com comorbidades, pois são os que precisam de vigilância constante para uma intervenção precoce no eventual agravamento do quadro.

"O problema dos médicos dos pronto-atendimentos é que os profissionais têm que fazer coisas que estão além de sua capacidade,como atender 200 pessoas em 12 horas, então, acaba virando uma ‘roleta russa’, já que o médico não consegue proporcionar um atendimento mais longo e acurado", enfatiza Paulo Mesquita. Todavia, ele salienta que a situação não se resolve apenas com a contratação de mais médicos, enfermeiros e mais auxiliares. "O desafio é fazer mais e com maior qualidade com os recursos humanos e materiais que dispomos", esclarece.

De modo geral, o especialista afirma que as pessoas precisam ser bem atendidas nas redes de atenção básica para que os casos encaminhados aos pronto-atendimentos e hospitais sejam referenciados, com real risco de complicação. "Os profissionais precisam estar articulados, comprometidos e cientes dessa dinâmica para o sistema funcionar", pontua.
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