Prudente soma 96 escolas para ensinos municipal e estadual

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 14/09/2018
Horário 08:22
Marcio Oliveira - Valquíria pede mais investimentos em tecnologia nas escolas
Marcio Oliveira - Valquíria pede mais investimentos em tecnologia nas escolas

Ao completar 101 anos, Presidente Prudente tem hoje, no que tange à educação de crianças e adolescentes, 96 instituições de ensino capacitadas para atender as demandas dos ensinos infantil, básico, fundamental e médio. Na soma das redes municipal e estadual, são 32.556 meninos e meninas distribuídos pelos locais.

De forma mais detalhada, de acordo com a Prefeitura, o município conta hoje com 68 unidades de ensino, incluindo as escolas municipais próprias e instituições conveniadas. São 18.643 alunos matriculados na rede municipal. Já em nível estadual, a Secretaria de Educação contabiliza 28 escolas, onde estudam 13.913 alunos de ciclo 2 do ensino fundamental e ensino médio. Sobre a estrutura, o governo do Estado salienta a existência de “salas de leitura, laboratório de informática, quadra esportiva e refeitório”.

Mas para quem lida, absorve ou utiliza essa estrutura, será que é suficiente? A reportagem fez essa pergunta à prudentina Maria Eduarda Prates, 14 anos, do nono ano do ensino fundamental, e a resposta foi negativa. Para ela, ainda há muito o que melhorar, principalmente no quesito segurança. “Também tem muita aula vaga e a gente fica muito tempo em casa, ocioso”, complementa.

O que a estudante não deixa de mencionar é a quantidade de professores substitutos. “Eles são bons, de maneira geral, mas a troca prejudica na continuidade do ensino”, ressalta. Sendo assim, para o futuro, ela anseia por melhorias.

No outro lado da balança, há também os professores, que também esperam melhores condições, assim como Maria Eduarda. Um exemplo é Valquíria Tufolo, que dá aula tanto na rede municipal quanto na estadual. Na contrapartida, ela acredita que os governos realizam bons investimentos na educação, mas é preciso mais, “ser tratado com mais prioridade”.

Mas a docente não se intimida em visualizar os dois lado da moeda e dizer que também cabe ao aluno produzir um ambiente de estudo melhor. Para ilustrar esse cenário, ela exemplifica a falta de interesse nos livros que o Estado fornece e o desinteresse pelo estuado sob a desculpa da progressão continuada. “Numa sala de 40 alunos, 70% estão ali por estar, cinco realmente querem aprender e os demais vão lá somente para atrapalhar”, lamenta.

O desafio então, ainda segundo Valquíria, é promover ações que façam o aluno ir à escola por vontade e não por pressão. “A meu ver, uma verba maior em termos de tecnologia e capacitação em todos os âmbitos, de modo que todos os alunos possam interagir com essas ferramentas e aprender mesmo já é um começo”, frisa. Ademais, numa temporada futura de transição de governos, ela lamenta o fato de poucas propostas garantirem melhorias ao setor em específico.

SAIBA MAIS

A falta de vagas em creches, como acompanhado por esse periódico, assolou o município, de tal modo que a própria Prefeitura criou o georreferenciamento, em busca de amenizar a lista de espera e aumentar a quantidade de alunos em sala de aula. Na ausência disso, isto é, a criança ou jovem fora da escola pode gerar problemas sociais, como o próprio trabalho infantil. Recentemente divulgado por O Imparcial, Prudente tem 775 crianças e adolescentes que estão em situação de trabalho. O coordenador do Geduc (Grupo de Atuação Especial de Educação), promotor de Justiça Luiz Antonio Miguel Ferreira, expõe que a inadequação no atendimento das unidades de ensino para os pequenos na situação de creche e a evasão escolar resultante da “desvalorização” do ensino são os principais fatores para esse cenário.

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