Presidente Prudente se destaca em âmbito nacional no ranking de doadores de rins por milhão de habitantes, com um índice de 34 doadores – quase o dobro dos 18 registrados na média brasileira. A quantidade registrada na capital da Alta Sorocabana se equipara à taxa média da Espanha (35), que é a líder mundial em doações de órgãos em geral (não somente de rins). Os dados foram divulgados durante o 2º Fórum Municipal da Pessoa com Insuficiência Renal Crônica e Transplantada, realizado na manhã de ontem, no Teatro Universitário César Cava, na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista). De acordo com o coordenador da Comissão Intrahospitalar de Transplantes do HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, Renato Mazzaro, os números indicados são baseados no levantamento feito pelo RBT (Registro Brasileiro de Transplantes) e pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2015.
Fórum debateu realidade da captação e transplante de rins
A pesquisa leva em consideração somente os órgãos captados neste período e não o número de transplantes realizados no município. Conforme a Assessoria de Imprensa do HR, a unidade fornece o órgão do doador falecido para outras instituições que realizam o procedimento. Em Prudente, a santa casa faz a operação. Segundo o presidente da Câmara Municipal e médico urologista, Enio Luiz Tenório Perrone (PSD), de 1986 até sete anos atrás, foram promovidos 400 transplantes pela equipe da santa casa. "O histórico começou em 1984, quando nefrologistas da cidade iniciaram um curso de capacitação em Londrina . Em 1986, foi realizado, então, o primeiro transplante no município. Eu sei que, infelizmente, a meta de procedimentos diminuiu nos últimos anos, por isso precisamos nos sentar para estudar por que isso acontece", considera.
Justamente com o objetivo de entender a realidade da captação e transplante de órgãos na região do oeste paulista, o Carim (Associação do Apoio ao Paciente Renal Crônico e Transplantado), em parceria com a Unoeste, promoveu o segundo fórum, que teve como tema o "Processo de estruturação dos transplantes e captação de órgãos". Para a assistente social da entidade, Elaine de Oliveira Almeida, o evento é a oportunidade de compreender o contexto da questão e buscar respostas para os números decrescentes de doação de rins decorrente nos últimos tempos. "O número de pessoas na máquina de hemodiálise aumentou. Hoje, estamos com um registro de 320 pessoas nessa condição e que esperam pelo transplante", afirma. "O fórum visa, portanto, conscientizar a população sobre os direitos do portador de doença renal crônica e a sua luta para conseguir uma vaga na fila do procedimento", pontua.
Carim
Com um trabalho que perdura há 12 anos, a Associação do Apoio ao Paciente Renal Crônico e Transplantado realiza trabalhos de prevenção e atua na luta pelos direitos dos portadores da doença. A sede da instituição está localizada na Avenida 11 de Maio, 2.501. O telefone para contato é o 3917-3684.
