Prudentino é um dos autores de estudo sobre IA no diagnóstico de problemas cardíacos

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 13/08/2023
Horário 05:20
Foto: Cedida
José Roberto nasceu e estudou em Prudente até os 17 anos
José Roberto nasceu e estudou em Prudente até os 17 anos

O prudentino de nascimento, o médico cardiologista José Roberto Matos Souza, 55 anos, é um dos autores de um estudo, já publicado e patenteado, que trata sobre a ajuda da IA (inteligência artificial) no diagnóstico de problemas cardíacos. Este estudo qual contou com outros quatro profissionais, Wilson Nadruz, Andrei Esposito, Rangel Arthur e Otavio Coelho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) da qual são professores.

Segundo ele, a pesquisa utilizou imagens ultrassonográficas da carótida de 80 pacientes hipertensos atendidos no Hospital de Clínicas da Unicamp, no ambulatório de hipertensão, que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

De acordo com o cardiologista, o software precisa ser adaptado aos aparelhos de ultrassonografia e o processo será iniciado em 2024.

“Desenvolvemos o método de Ultrassom de Artérias carótidas com medida automática das camadas das artérias e o achado de placas de coronárias na tomografia do coração. Ou seja, durante as pesquisas encontramos e medimos as três camadas da artéria carótida de forma automática. Com análise por computador é possível detectar pacientes que já tenham placas de gordura nas artérias do coração”, expõe José Roberto. De acordo com o médico, com essa tecnologia há o benefício da prevenção de acidentes cardiovasculares e doenças cardíacas, “pois o exame das carótidas é bem simples e rápido e pode alertar um paciente, inclusive, que não sabe estar doente da doença nas artérias, podendo já estar avançando sem o tratamento adequado”, pontua o especialista.

 

DETALHES DO ESTUDO

A doença cardiovascular aterosclerótica é a principal causa de morte no mundo. A avaliação ultrassonográfica da espessura médio-intimal da carótida (cIMT) é uma abordagem rápida e não invasiva amplamente utilizada para estimar o risco cardiovascular. No entanto, a avaliação da espessura da subcamada íntima da carótida (cIT) é relatada como um melhor marcador de aterosclerose e risco cardiovascular adverso do que o cIMT. Até o momento, a avaliação do cIT é obtida por medidas manuais de imagens da parede da carótida geralmente derivadas de transdutores ajustados em alta frequência (22 MHz-25 MHz). Com base em técnicas de morfologia matemática, os profissionais desenvolveram um método totalmente automatizado para medir a espessura do cIT. Os números gerados pelo método automático foram comparados com os valores médios gerados pelas medidas manuais realizadas por dois especialistas avaliando 120 imagens de alta resolução da carótida de 80 indivíduos. As imagens da carótida foram obtidas com um transdutor de ultrassom ajustado para 10 MHz, que é facilmente disponível na prática clínica. As medidas de cIT obtidas pelos métodos automático e manual mostraram uma correlação particularmente boa (r  = 0,82). Este resultado é bastante significativo, considerando a complexidade de extrair uma medida tão tênue em imagens de ultrassom que podem ser facilmente obtidas em ambientes clínicos de rotina.

 

ORGULHO DE SER PRUDENTINO

José Roberto conta que nasceu e estudou em Presidente Prudente até os 17 anos. Passou em Medicina na Unicamp, em 1987, e desde então mora em Campinas. “Tenho muito orgulho da minha terra natal. Viver em Presidente Prudente toda a minha infância e adolescência foi uma grande sorte e o que me deu força e estrutura para crescer profissionalmente”, ressalta o médico que tem raízes na cidade ainda, o seu irmão João Menezes de Souza, com a esposa e filhos.

Ele se graduou em Medicina em 1992, fez especialização em Cardiologia e Ecocardiografia, em 97, mestrado, em 2004, e doutorado em Cardiologia, em 2012, pela mesma universidade. Atualmente é professor adjunto de Cardiologia da Unicamp, e coordenador do Serviço de Ecocardiografia e Ambulatório de Valvopatias da mesma instituição. Tem experiência na área de Cardiologia, com ênfase em Ecocardiografia e Ultrassonografia de Carótidas, e desenvolve pesquisas em Aterosclerose, doenças das válvulas, diabetes e obesidade.

“Sempre me interessei pelo coração e o sistema circulatório, desde o colégio Objetivo, e orientado pela professora Marilza, entrei na Unicamp já com o desejo mesmo de fazer cardiologia”, acentua o profissional.

 

 

 

 

 

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