Prudentinos

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista que avisa: vai faltar água até para os pingos no is

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 09/09/2025
Horário 05:30

Na casa lotérica um freguês já velhinho estava sendo atendido por uma funcionária no guichê. Foi lá pagar contas. Normal numa lotérica. Quem não usa o Pix tem como opção a lotérica, onde tem jogos de azar e nenhum jogo de sorte. Quer dizer: quem sempre ganha é a Caixa Econômica Federal.
Como de ilusão também se vive, vamos tocando o barco e outras embarcações. Nada contra fazer uma fezinha em alguma modalidade de jogo. Mas o papo aqui, neste começo da narrativa, é sobre o idoso na lotérica. Em vez de pagar logo, o ilustre  senhor "engatou" um papo com a atendente.
A fila começava a engrossar e ele na maior prosa. Gesticulando, dizia que a família estava bem, o que, convenhamos, é ótimo. Bom saber que há famílias que estão bem nestes tempos carrancudos. Na sequência, contou sobre sua filha e o neto. Também neste caso - da filha e do neto - manifestou alegria e contentamento.
A conversa continuou e a fila aumentou. Alguns fregueses reclamaram vociferando baixinho, quase sussurrando. Não queriam comprar briga com o velho grilo-falante, que falava pelos cotovelos e tornozelos. Por fim, ele tirou o cartão do bolso e pagou as contas. Foi embora todo feliz e até que é legal ver alguém feliz ainda mais um idoso.
Na frente de um bar um peixeiro parou o seu carro lotado de peixes. Foi lá vender o seu peixe. Literalmente. Tinha piau, curimba, pacu (epa!) e outras espécies. "Tá barato! Agora que os EUA não compram mais pescado brasileiro o preço caiu. Aproveitem!", dizia ele aos fregueses do bar. "Barato mesmo, é uma promoção e não uma promocinha", brincou um cliente. Parece que o peixeiro se saiu bem.
Mais à frente do bar, perto da Avenida Ana Jacinta, três sujeitos estavam deitados na calçada e pelo jeito tinham abusado da água que urubu não bebe. Um corote de pinga estava no local. Aí um rapaz saiu de um supermercado com sacolas cheias e as colocou no carro.
Quando ia dar a partida, ele foi chamado por um dos caras. "Ô meu rapaz! Arranja um dinheirinho pra gente", solicitou o homem. O jovem desceu do carro e deu umas moedas ao pedinte. "Deus lhe pague", agradeceu o sujeito. Ao que o rapaz retribuiu com um suave "amém". Boa semana a todos e não se esqueçam: sejam patriotas e não patriotários, como certos vendilhões da pátria. 
 
DROPS

O cabelo do Trump parece manga chupada. Vai ver precisa de brilhantina.

Vende-se casa branca mal-assombrada por um preço que não assusta. Tratar com Donald Trump, em Washington. 

A Rodovia Raposo Tavares tem tanto radar que deveria se chamar Rodovia Raposo Radares.

Quem não tem competência também se estabelece. 
 

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