Qual é o seu mentor?

OPINIÃO - Marcos Alves Borba

Data 04/11/2020
Horário 04:28

Mais cigarro e bebida alcoólica, mais comida ultraprocessada, mais tempo de televisão e de internet, menos exercício físico, menos horas de sono, menos alimentação saudável: este tem sido em termos de comportamento, o resultado de 40% dos brasileiros que sentiram tristeza ou depressão na pandemia. Este quadro foi descrito por Marilisa Barros, professora titular da FCM/Unicamp (Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas), no evento “Depressão, saúde mental e pandemia”. 
Essa importante pesquisa e avaliação nos levam a rever e a repensar o quanto podemos aprender e o quanto precisamos urgentemente tomar decisões que sejam de grande valia. E vem a pergunta: quem, que esteja bem próximo de nós, que já passou ou que tenha alguns dos sintomas como este? Quem, em plena consciência, mesmo em seu ritmo normal de afazeres do seu dia a dia, esteja numa situação como essa e não perceba?  Quem, sendo até você mesmo que esteja lendo esse artigo, vem se omitindo, e tentando mudar, defender ou até desafiar seu status quo não querendo prejudicar ninguém, mas não percebe que esteja também assim?
Hoje, o momento é mais que delicado e muito especial, pois por enquanto e ainda, encontramos pessoas que se prostraram a uma situação e não conseguem nem se quer trocar a roupa de cama, que talvez já dure mais de meses sem perceber sua necessidade de troca. Que pelo fato de se trancar dentro de casa, sinta o mundo a seu favor devido o uso constante da internet, ficando na crença de que a natureza por si só evolui, pois lá fora, seu quintal, já algum tempo não sente a verdadeira limpeza de que precisa ser feita urgentemente.
Quem, hoje, em sã consciência, já não precisou e correu em busca de ajuda? Quem, por algum momento, por menor que fosse a sua ansiedade, já não se absteve de algum guia ou suporte que lhe desse uma mão? Se sua força vem de cima, há uma necessidade de se obter de alguém aqui embaixo. É bem verdade que muitos de nós, por alguns instantes, nos vimos inertes a situações que jamais gostaríamos de viver ou de ter enfrentado. Assim, por menor que fosse esse instante, queremos que esse momento tão insalubre a qualquer um de nós deixe de existir. Talvez, quem sabe, nossa permissão não compreenda que por menor que seja a situação, faz parte de nossa existência, o que nos cabe gradativamente esculpir e tentar o discernimento da situação. 
 

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