Queda da natalidade reduzirá população em 2,1% até 2050

Fundação Seade informa que região terá 18.085 habitantes a menos e analisa que retração de nascimentos é um dos fatores

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 27/11/2018
Horário 04:00
Arquivo - Retração gradativa do volume de nascimentos é uma das causas apontadas para a queda populacional
Arquivo - Retração gradativa do volume de nascimentos é uma das causas apontadas para a queda populacional

A Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) disponibiliza em seu site uma área destinada às projeções populacionais, com dados até 2050, sendo que as estimativas mostram que daqui a 30 anos a 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo ocupará a sexta colocação, se comparada com as 14 demais regiões do Estado, no que diz respeito ao número de pessoas. No comparativo com a estimativa de população de 2018 (857.743) com a quantidade de 2050 (839.658), o estudo, divulgado ontem, revela a possível queda de 2,1% na região de Presidente Prudente. “As projeções indicam que a população no Estado de São Paulo atingirá volume máximo por volta de 2040, quando então passará a diminuir paulatinamente. O que sustenta tal hipótese é a tendência de retração gradativa do volume de nascimentos, associada ao aumento sistemático do número de óbitos observados e esperados para o Estado”, informa a Fundação Seade.

A projeção analisa 15 regiões do Estado de São Paulo e, ao realizar um levantamento, a reportagem constatou que tanto em 2030 quanto em 2050 as regiões que vão apresentar a maior quantidade de pessoas serão Campinas e Sorocaba (veja tabela), sendo que, no comparativo entre os dois anos, elas serão algumas das regiões com aumento na quantidade de moradores. A região de Presidente Prudente, por sua vez, se situa em 10º lugar, o que a deixa com a sexta menor população, apresentando queda de 4,4% de um ano ao outro no período de 20 anos. Analisando separadamente, a 10ª RA apresenta, em 2030, uma população de 435.455 homens e 442.880 mulheres, totalizando 878.335 habitantes, que em 20 anos cairá, respectivamente, para 417.296 e 422.362, totalizando 839.658 moradores em 2050, o que corresponde a 38.677 a menos ou queda de 4,4%.

Conforme a Fundação Seade, na pesquisa divulgada ontem, a população no Estado de São Paulo, de forma geral, atingirá o volume máximo próximo de 2040, quando, então, passará a diminuir gradativamente, com a causa principal ligada à retração gradativa no volume de nascimentos e aumento “sistemático” de óbitos esperados. A fecundidade da mulher paulista já se situa em patamar bastante baixo, inferior ao nível de reposição populacional desde os anos 2000. O número médio de filhos por mulher no Estado era de 1,68, em 2016, e a hipótese formulada foi de redução desse indicador no futuro, chegando a 1,5 em 2050. Pode acontecer de a fecundidade registrar velocidade de queda ainda mais lenta, desacelerando a ocorrência de volumes cada vez menores de nascimentos, ou velocidade mais rápida, atingindo esses valores mínimos com maior brevidade. No passado, já foram observadas descontinuidades com aumentos e reduções do nível da fecundidade da mulher paulista, mas até o momento a tendência foi sempre de queda”.

Os níveis de mortalidade, no entanto, tendem a ampliar a vida média da população, conforme o levantamento, sendo que o processo de envelhecimento elevará o número de óbitos. Conforme a Seade, em 2016 a esperança de vida da população paulista era de 75,8 anos, o que será elevado para 81,7 anos na projeção informada. “O contingente populacional com mais de 65 anos passará a concentrar quase 23% dos residentes no Estado de São Paulo, em 2050. Esse conjunto de indivíduos é fruto de gerações passadas numericamente maiores, tendo sido beneficiado pelos avanços na área da saúde, que resultou em redução dos riscos de morte e aumento da vida média. Nesse horizonte, a expectativa de vida da população do Estado alcançará o patamar de 81,7 anos”.

Por fim, o estudo revela que o saldo migratório não voltará a registrar elevados valores na dinâmica demográfica paulista, como ocorria no passado, visto que, por exemplo, a redução de fecundidade fez com que a migração de famílias numerosas não seja mais esperada, bem como a existência de novos polos de atração da população brasileira, que representam novas opções para aqueles que precisam sair de suas regiões.

Projeção Populacional no Estado de São Paulo
    População geral Total     População geral Total
Região Administrativa Ano Homem Mulher Região Administrativa Ano Homem Mulher
Campinas 2030 3.614.009 3.751.983 7.365.992 Campinas 2050 3.613.706 3.768.381 7.382.087
Sorocaba 2030 1.333.077 1.363.813 2.696.890 Sorocaba 2050 1.357.716 1.393.912 2.751.628
São José dos Campos 2030 1.288.933 1.343.830 2.632.763 São José dos Campos 2050 1.305.093 1.362.301 2.667.394
Santos 2030 941.123 1.016.489 1.957.612 Santos 2050 985.926 1.049.164 2.035.090
São José do Rio Preto 2030 773.180 802.842 1.576.022 São José do Rio Preto 2050 734.042 762.473 1.496.515
Ribeirão Preto 2030 724.318 752.579 1.476.897 Ribeirão Preto 2050 725.661 754.945 1.480.606
Bauru 2030 573.988 590.549 1.164.537 Bauru 2050 560.444 576.990 1.137.434
Central 2030 519.885 541.211 1.061.096 Central 2050 503.888 527.449 1.031.337
Marília 2030 490.737 513.106 1.003.843 Marília 2050 476.199 495.226 971.425
Presidente Prudente 2030 435.455 442.880 878.335 Presidente Prudente 2050 417.296 422.362 839.658
Franca 2030 387.488 400.578 788.066 Franca 2050 384.066 397.220 781.286
Itapeva 2030 274.756 277.537 552.293 Araçatuba 2050 381.972 390.420 772.392
Araçatuba 2030 217.059 223.850 440.909 Itapeva 2050 278.348 281.985 560.333
Barretos 2030 217.059 223.850 440.909 Barretos 2050 204.530 211.670 416.200
Registro 2030 140.333 143.351 283.684 Registro 2050 143.651 147.862 291.513
Fonte: Fundação Seade                  
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