Reativação da ferrovia na região segue indefinida

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 17/12/2015
Horário 07:32
 

O impasse quanto à reativação do transporte ferroviário na região segue "sem novidades". Depois de constantes reuniões, debates e apontamentos, realizados desde o início do ano, o retorno dos trens para o escoamento da produção local permanece indefinido. De um lado, o setor empresarial da região diz que sim, existe demanda de produção para o retorno da ferrovia, mas por outro lado, a Rumo ALL sinaliza que a empresa tem interesse em reativar o serviço, caso realmente haja quantidade de produtos para tanto. Contudo, nada de concreto foi estabelecido a respeito, visto que todos os encontros acabam por abordar os mesmos assuntos.

Jornal O Imparcial Reunião entre representantes ocorreu ontem, em Prudente

Tanto é verdade que ontem, novamente, uma reunião entre representantes da Rumo ALL – empresa responsável pelas operações ferroviárias do país – empresários e membros de instituições sociais foi realizada em Presidente Prudente. O encontro ocorreu no Aruá Hotel e contou com a presença de 13 pessoas.

O intuito, conforme a Rumo ALL, é mapear a demanda por transporte ferroviário na região nos eixos de Presidente Prudente e Presidente Epitácio e tirar dúvidas sobre a utilização do modal para o transporte de cargas. Segundo o coordenador comercial da empresa, Gabriel Maranhão, a reunião é mais uma oportunidade em que a ALL propõe para que os empresários da região demonstrem seus interesses e apresentem a demanda que existe para a reativação da ferrovia.

A partir disso, o representante diz que o setor competente da Rumo ALL pode avaliar de forma precisa a viabilidade da reestruturação do transporte ferroviário para escoamento da produção. Neste aspecto, Gabriel diz que o primeiro passo a ser analisado é a rentabilidade da demanda apresentada, se é viável, financeiramente, tal reativação do modal. Com a demanda existente e sendo considerado positivo, quanto à questão financeira, o segundo passo, de acordo com o coordenador, é viabilizar o transporte. "São pontos que analisamos conforme as empresas apresentem suas demandas", cita.

Questionado sobre alguma data para o retorno do sistema, o coordenador pontua que não pode estabelecer um período, visto que ainda depende de alguns fatores, que vão desde as avaliações feitas pela instituição, quanto das apresentações (proposta, interesse e produção) informadas pelas empresas. "Ainda falta a procura por parte do empresariado", sinaliza.

 

"Proposta concreta"

Para o diretor de comunicação da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região), Marco Antônio Goulart, o que falta "é uma proposta concreta e efetiva por parte da Rumo ALL". Ele lembra que já foram feitas várias reuniões, as propostas e demandas do empresariado regional foram apresentadas, ou seja, "os representantes já sinalizaram nas outras ocasiões o interesse e o potencial existentes para o retorno do transporte ferroviário".

Durante o encontro de ontem, o diretor ressaltou que as informações prestadas pelos membros regionais nos últimos encontros seriam protocoladas. "É uma forma de mostrar que já sinalizamos sobre a demanda que dizem querer saber", aponta. Quanto à baixa adesão na reunião, Marco Goulart diz que a falta de um retorno preciso e a pouca divulgação do ato – por parte da Rumo ALL – acarreta o baixo comparecimento dos empresários.

 

Interessados

Presente na ocasião, o encarregado de logística da Agro 100 e Nutri 100, Carlos Eduardo Razaboni, diz que compareceu ao encontro para conhecer as propostas e intenções da administradora do modal. Ele ressalta que a Agro 100 – que tem matriz em Londrina (PR) – possui unidades em Iepê e Maracaí, por isso, a reativação da linha férrea é algo interessante para a empresa. "Hoje existe uma série de dificuldades no transporte rodoviário. É uma opção que podemos analisar", pontua.

Representando a Bunge – empresa do setor de agronegócio e alimentos com sede em São Paulo (isso no Brasil, visto que é uma instituição presente em outros países) – o coordenador de logística, Felipe Amim Segantine, diz que a presença no encontro "é para entender o interesse da Rumo ALL na região". Diante disso, das informações transmitidas, analisar junto com a empresa o possível uso do modal, caso seja colocado em prática.
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