Reflexão sobre a arte

OPINIÃO - Roberto Bertoncini

Data 27/12/2019
Horário 04:30

Grandes filas, sucesso total de público! Reservas esgotadas, multidões esperando na porta! Será que estamos falando de grandes shows de cantores populares? Ou de um grande clássico do futebol? Não. Estamos falando das grandes exposições de arte. Tarsila do Amaral em São Paulo no Masp (Museu de Arte de São Paulo), Leonardo da Vinci no Louvre em Paris, e tantos outros em tantos outros lugares, demostram um grande interesse e uma grande procura por uma área que até então se acreditava em lenta e inexorável queda de interesse do grande público.

Podemos pensar em alguns motivos para essa busca: a grande cultura está passando por processos de democratização? Ou será mesmo que a grande massa está buscando por uma riqueza cultural maior? Será que são tantos assim os intelectuais e eruditos a ponto de congestionar museus e centros culturais? Vamos nos aproximar mais um pouco para tentar identificar esse público.

Esse público não está cabendo em nenhuma gavetinha, famílias tradicionais expandidas nucleares e atômicas, crianças, adolescentes, idosos e gnomos, alunos acompanhados de professores e professores com seus amores. Mas o olhar e a excitação neste olhar é a presença constante em todos.

Será que são tantos assim os intelectuais e eruditos a ponto de congestionar museus e centros culturais?

O que buscam? Por que vão? Afinal pra que serve a arte? Que estranhos artefatos esses que nos levam ao passado e têm tantos significados no presente, que nos levam a tantas reflexões ou apenas nos levam a olhar com outros olhos nossas banalidades. A produção de um artista ou de vários quando olhadas no presente garantem a humanidade para todos nós, temos história e temos permanência. A produção humana com seus pensamentos, medos, reflexões bonitezas e terrores tornada matéria vira uma referência de um porto seguro, mas vira uma asa também que nos permite reinventar a humanidade sempre em nós mesmos.

 

 

 

 

 

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