Região de Prudente exporta US$ 551 mi em 8 meses

A corrente de comércio exterior ficou em US$ 584.080.681

REGIÃO - Elaine Soares

Data 29/10/2013
Horário 08:03
 

 

Em oito meses, 26 municípios da região exportaram US$ 551.868.469. A cifra equivale a 66% do total exportado durante todo o ano passado, que foi de US$ 835.535.302 (veja tabela). Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e ao que se refere à movimentação deste ano fazem menção ao período de janeiro a agosto. Em relação às importações, estas somaram US$ 32.212.212 até o oitavo mês de 2012, o que corresponde a 59% dos US$ 54.563.748 observados nos 12 meses do ano ligeiramente anterior. Com um quadrimestre ainda não considerado no levantamento, especialistas apostam no equilíbrio da balança comercial. Vale destacar que o saldo até agosto estava positivo em US$ 519.656.257. A corrente de comércio exterior ficou em US$ 584.080.681

Osvaldo Cruz aparece no topo da lista, tendo sido o município que mais colaborou para o incremento da cifra referente à exportação. Com US$ 138.461.542 negociados, a indústria da cidade tem lugar de destaque e fica à frente ainda da maior cidade do oeste paulista, Presidente Prudente, que, no mesmo período, exportou US$ 106.914.640. Mirante do Paranapanema e Junqueirópolis aparecem em seguida, tendo acrescido o montante com, aproximadamente, US$ 53 milhões, cada.

Conforme os dados do ministério, cidades como Indiana, Irapuru, Tarabai e Tupi Paulista não apresentaram movimentação no que diz respeito à exportação, porém, compraram produtos do exterior e seus saldos negativos foram a razão de o saldo regional não ser US$ 553,4 mil maior.

Satisfeito com o resultado, o prefeito de Osvaldo Cruz, Edmar Carlos Mazucato (PSDB), salienta que os produtos feitos na cidade que administra seguem para mais de 40 países. "Temos três indústrias que são a base da exportação e, para nós, é muito importante que o município esteja neste lugar de destaque", promove.

 

Análise

Ao analisar o saldo da balança comercial dos primeiros oito meses do ano, o vice-diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Itamar Alves de Oliveira Júnior, conclui que o fato de o resultado estar positivo deixa o cenário "dentro da normalidade". Ele conta que "há tempos" as exportações têm superado as importações. Ao olhar para o final do ano, o representante do Ciesp espera que o resultado não deixe a desejar em relação a 2012. "Se este ano for semelhante ao ano passado já é grande coisa", diz.

Como mercadorias que mais impulsionam a exportação na região, o vice-diretor cita carnes, couro, materiais eletrônicos e a soja proveniente de Osvaldo Cruz que, "apesar de enfrentar queda, seu preço ainda continua excelente". Ao falar sobre importação, Oliveira Júnior frisa que, apesar de seu volume puxar o saldo para baixo, nem sempre ela é motivo de preocupação. "O aumento da importação também pode significar que empresas estão investindo em maquinários ou produtos que usarão para alavancar a produção e, consequentemente, as vendas para o exterior", pondera.

Em sua visão, o economista Eder Canziani diz que somente o fato de a região sustentar uma balança positiva, ao menos em curto prazo, "é motivo de comemoração". "Porém, se pensarmos em longo prazo, não podemos ser tão confiantes, ainda mais porque, embora apresente outras opções, nosso mercado tende a girar em torno de produtos ou linha de produção específica, em geral usinas que fazem açúcar e álcool. Há de se ter muito cuidado para que a região não volte a praticar a monocultura que praticamente quebrou a Alta Paulista na época do café. Produção diversificada é um ato que evita um enfraquecimento futuro da indústria", lembra.

O que também deve melhorar a situação regional é o fim da crise em outros países. "Até o final do governo Lula contávamos com uma economia externa em crescimento, mas o cenário mudou e, com a crise internacional, nós também fomos prejudicados, pois muitos deixaram de importar bens e serviços do Brasil. Esperamos que a situação seja revertida para que nós também alcancemos resultados benéficos", espera.
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