A indústria da região prudentina demitiu cerca de 200 trabalhadores em junho, representando uma queda de 0,46%. Porém, no acumulado do ano, a pesquisa da Fiesp/Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) apresenta aumento de 1,35%, aproximadamente 550 postos de trabalho. Entre os 22 setores analisados, o que mais influenciou o cálculo do indicador total da região foi o de produtos minerais não metálicos, com redução de 5,56%, seguido dos artefatos de couros, que fechou em decréscimo de 1,74%. Já a confecção de artigos de vestuário e acessórios teve queda de 0,10%, fechando o levantamento com o setor de fabricação de móveis, tendo a contração de 0,95%.
O diretor regional da Fiesp/Ciesp, em Presidente Prudente, Wadir Olivetti Júnior, explica que essas quedas estão relacionadas à crise econômica vivida atualmente, afetando diretamente o setor das indústrias. “Vira uma bola de neve. Se o consumo de um determinado produto reduz, consequentemente, influencia o mercado interno daquela localidade”, argumenta.
Setores
Na esfera dos produtos minerais não metálicos, a reportagem entrou em contato com o proprietário da empresa Arelit de Presidente Prudente, Edmar Gomes, que confirmou a redução no seu quadro de funcionários, sendo três demitidos desde maio deste ano. “Houve a diminuição das vendas a partir de outubro passado, logo, não há como manter muitos empregados. Espero que o governo federal libere mais investimentos na área de construção civil, por exemplo, do programa Minha Casa, Minha Vida”, conta.
No âmbito dos artefatos de couro, o gerente do cortume J. Kempe, Fernando Hosokwa, afirma que as vagas na empresa se mantêm estáveis, empregando 100 funcionários, entretanto, lembra que a queda nos números deste setor se dá pela redução das vendas para o mercado externo. “Como vendemos para o Rio Grande do Sul estamos conseguindo continuar com todos os empregados. Para quem atende somente o mercado interno da região está sentindo bastante o efeito da crise”, ressalta.
Já no setor da produção de móveis, o proprietário da Decor Móveis, Leandro Lopes, garante que, apesar da sua empresa não estar reduzindo o número dos funcionários, ele acompanha o desenvolvimento de outros estabelecimentos da região e vê o aumento nas demissões. “Mantemos o número de funcionários aqui na loja, mas constantemente recebemos empregados que foram demitidos de outras empresas procurar serviço aqui”, diz. Além disso, Leandro pontua que o seu quadro de empregos só tem se mantido estável por atender demandas da capital do Estado, suprindo as necessidades atuais, já que no raio de 100 km de Presidente Prudente tem reduzido a busca por móveis sob medida.