Em 10 anos (de 2005 a 2014), a regional do EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Presidente Prudente – que abrange 21 municípios – produziu 777.962 toneladas de mandioca para indústria, referentes ao cultivo de 33.611,10 ha (hectares) de plantio. Desta forma, o escritório regional figurou em terceiro lugar no ranking de produções dos EDRs do Estado. Somente na safra 2014/2015, a unidade totalizou 76.680 toneladas da cultura.

A região ficou atrás somente dos EDRs de Assis, que produziu 334.100 toneladas do produto, e de Ourinhos, que somou 102.900 toneladas. Já a regional de Presidente Venceslau aparece na 6ª colocação, com 57.630 toneladas, e Dracena no 18º lugar, atingindo 3.252 toneladas do cultivo.

Clima e solo da região são favoráveis para o plantio da raiz

Os dados foram apresentados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e informados através do IEA (Instituto de Economia Agrícola). Quanto à expectativa para a próxima safra, 2015/2016, a pasta acredita que a produção sofra queda. Conforme a secretaria, o sudoeste paulista, em especial os EDRs de Assis, Ourinhos, Tupã, Prudente e Mogi Mirim, detém mais de 70% da produção de São Paulo, por isso a possibilidade de redução da safra deve ser alvo de estudos e planejamentos, "para evitar desequilíbrio que afete seriamente a economia da região".

 

Característica

O engenheiro agrônomo da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), em Prudente, Lauro Eiji Tiba, lembra que a mandioca sempre foi uma cultura que depende do preço anual, por isso, pode variar entre uma safra e outra. Segundo ele, para a safra deste ano (2015/2016) a expectativa se confirma no que se refere ao recuo na produção ou, pelo menos, na estabilidade dos números anteriores, devido ao preço de comercialização do produto, que não atendeu expectativas dos produtores.

Sobre o bom posicionamento da região de Prudente na tabela de produção estadual, Lauro ressalta que a região é própria para o cultivo, por conta do solo arenoso. Além do mais, a cultura demanda pouco investimento para o plantio. "É uma cultura muito simples", resume.

Mesmo com a possibilidade de redução, o engenheiro é enfático ao dizer que a mandioca contribui para o desenvolvimento, giro comercial e econômico na região.

Quanto à área de plantio, Lauro informa que as maiores produções (referentes à safra que se encerrou, pois o novo plantio inicia agora) se concentram nos seguintes municípios: Martinópolis, com 1,5 mil ha; Rancharia, com 300 ha; João Ramalho, com 150 ha; Nantes, 100 ha; e Sandovalina com 36 ha.

 

Produtor

Trabalhando com mandioca para indústria desde 1999, Breno Galvão Nastari Valetim, de Martinópolis, diz que começou o cultivo para fornecer o produto a uma fábrica de Parapuã. Posteriormente, ele e o pai arrendaram uma fábrica para o processamento da mandioca, onde mantêm os trabalhos até hoje.

Breno expõe que a mandioca é uma cultura que oscila muito na questão financeira e que, no momento, o preço "não esta muito bom". Mesmo assim, ele afirma que cultiva entre 10 e 15 mil toneladas do produto, em uma área de 200 ha a 300 ha, de acordo com cada safra.