Presidente Prudente é a 3ª no ranking das RAs (Regiões Administrativas do Estado) com o maior preço médio pago para a colheita de café cereja e de café coco. Os valores são de, respectivamente, R$ 0,37 por litro, e de R$ 33,44 por saca de 100-110 litros. A região fica atrás apenas de Araçatuba (R$ 0,60) e São José do Rio Preto (R$ 0,42) para o cereja; e de Sorocaba (R$ 35) e São José do Rio Preto (R$ 34,97) para o coco, de acordo com os dados do IEA (Instituto de Economia Agrícola) com base no último levantamento realizado, referente a 2016.
Bom pagamento da colheita do café é resultado da falta de mão de obra
O diretor técnico do EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Dracena, Luiz Alberto Pelozo, esclarece que o bom pagamento do café é resultado da falta de mão de obra qualificada, necessária para essa cultura. "As lavouras são geralmente pequenas na região e não há, portanto, um grande investimento em mecanização. Para agravar ainda mais, é uma colheita que exige prática e conhecimento para rastelar, amontoar e fazer uma série de procedimentos", explica.
Ele lembra que boa parte dos trabalhadores rurais foi envelhecendo e abandonando os cafezais, os quais não foram substituídos por novas gerações. Com isso a mão de obra foi escasseando cada vez mais, exigindo um investimento no pagamento do funcionário para que seja possível manter o cultivo.
Cana-de-açúcar
Outra cultura que mantém uma boa posição no ranking estadual de pagamento da colheita é a cana-de-açúcar. Com R$ 7,78 pagos por cada tonelada colhida em média, o oeste paulista ocupa a 4ª posição entre as RAs, depois de São José dos Campos (R$ 12), Barretos (R$ 8,09) e Franca (R$ 7,78).
O Sindetanol (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e Fabricação de Álcool, Etanol, Bioetanol e Biocombustível de Presidente Prudente e Região) expõe que esse bom desempenho é atrelado a fatores diferentes do café. A região é atualmente uma das maiores produtoras dessa cultura, com usinas sucroalcooleiras quase 100% mecanizadas.
"Hoje o plantio, o adubamento e o corte não são manuais, tornando mais produtiva a colheita e melhorando o preço médio", expõe o sindicato. Há ainda, conforme a entidade, um esforço grande dos ministérios Público e do Trabalho para que sejam proporcionadas melhores condições de trabalho, o que também influencia nos dados.
