Renda média da população prudentina atinge R$ 2,1 mil, aponta “Mapa da Riqueza”

Em 2020, cifra apresentou crescimento de 7,35% em relação a 2019; para sociólogo, dado é positivo se considerada a conjuntura econômica na fase mais aguda da pandemia da Covid-19

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 04/03/2023
Horário 04:03
Foto: Agência Brasil
Em 2020, renda média dos prudentinos era de R$ 2.103,16
Em 2020, renda média dos prudentinos era de R$ 2.103,16

Dados do “Mapa da Riqueza”, divulgado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) em fevereiro, revelam que, em 2020, a renda média da população de Presidente Prudente era de R$ 2.103,16. A cifra correspondia a um aumento de 7,35% no comparativo com 2019, quando o levantamento apontava renda média de R$ 1.959. Com isso, em âmbito estadual, o município saltou do 37º lugar em 2019 para o 30º do ranking em 2020. Já em nível nacional, passou da 78ª posição para a 75ª.
Em relação ao patrimônio líquido, o valor médio em 2020 era de R$ 74.129,07 – 7,97% a mais do que no ano anterior, que registrou média de R$ 68.654. Quanto à colocação no ranking nesse quesito, Prudente seguiu na contramão: foi do 38º lugar para o 40º no Estado e da 117ª posição para 125ª no país. O patrimônio líquido diz respeito ao resultado do total de bens e direitos de um indivíduo, descontadas as dívidas ou financiamentos.
O sociólogo prudentino Marcos Lupércio Ramos expõe que, no contexto em que o país se encontrava naquele momento, o crescimento da renda média da população pode ser descrito como positivo. “O ano de 2020 foi o mais agudo da pandemia e isso trouxe inúmeros impactos para a economia local, para a geração de empregos e, consequentemente, para a produção de renda. O período foi marcado pela alta do desemprego”, analisa.
O profissional ressalta que também é positiva a escalada de Prudente entre as cidades com maior renda média, tanto no Estado quanto no país, mas é preciso ter cuidado com esses dados, pois não dão aval para dizer que está tudo bem. “A renda média da população brasileira caiu nos últimos anos, tendo como consequências o aumento no número de pessoas em estado de pobreza e extrema pobreza”, observa.
O sociólogo acrescenta que, uma vez que a economia prudentina é altamente dependente dos setores de comércio e serviços, sofreu forte impacto das condicionantes da pandemia, o que interferiu no fator renda desses segmentos. “Com a renda média não crescendo tanto quanto o desejável, o comércio também não apresenta crescimento, pois as pessoas compram menos e optam por produtos mais baratos. O mesmo ocorre na área de serviços, em especial os ligados ao lazer, como bares, restaurantes, cinema, etc., somente o básico é consumido e buscado”, avalia.

Imposto de renda

O “Mapa da Riqueza”, da FGV, reúne fluxos de renda e estoques de ativos dos mais ricos brasileiros a partir do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física). De acordo com o estudo, 21,76% da população prudentina era declarante do imposto de renda em 2020. O mapa destaca que a renda média dos declarantes apresentou elevação de 3,61% no comparativo entre os dois anos em questão: em 2019, a cifra média era de R$ 9.327, ao passo que, no ano seguinte, passou para R$ 9.664,25.
A respeito do patrimônio líquido dos declarantes prudentinos, a renda média cresceu de R$ 326.803 em 2019 para R$ 340.630,86 em 2020 – evolução de 4,23%.
Segundo o sociólogo Marcos Lupércio Ramos, considerando que a população de Prudente era de 207.610 habitantes em 2010, conforme dados do censo demográfico daquele ano (o estudo de 2022 ainda não foi concluído), e que, deste total, cerca de 69% são adultos e 21,76% declaravam imposto de renda em 2020, é elevado o contingente de prudentinos que poderiam estar desempregados ou sem renda alguma. “Esses números ainda implicam que a quantidade de prudentinos na linha da pobreza ou da extrema pobreza era alta”, comenta.

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