Representantes apostam em mudanças para recuperação da economia

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 29/12/2015
Horário 05:27
 

Para que a economia do Brasil inicie um processo de recuperação, mesmo que em longo prazo, representantes sociais de diversas instituições de Presidente Prudente e região afirmam que mudanças nas políticas sociais e econômicas devem ocorrer. Segundo eles, não se trata de "derrubar" alguém do cargo público, mas, sim, que os governantes assumam o papel de representantes da sociedade e adotem medidas concretas, em prol da população e não do seu interesse próprio. Ou seja, que "os políticos realmente governem".

Para o professor e pesquisador da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), campus de Prudente, Antônio Assis de Carvalho Filho, que também é articulista de O Imparcial, 2015 foi um ano que os desafios não foram vencidos, pois, de acordo com ele, as propostas, intenções e projetos pré-estabelecidos não foram concretizados.

Para o docente, o conjunto de ministros que o país possui "não conseguiu colocar em prática os planos e metas estipuladas", o que foi planejado para o desenvolvimento do Brasil. Ele ressalta que os partidos políticos "perderam a mão e enxergaram apenas os interesses do seu colegiado, deixando de lado a sociedade como um todo".

O professor diz que 2016 será novamente "um ano pífio" – fraco – onde a pátria não será focada, mas sim a distribuição de poderes entre os políticos. Antônio Assis lembra que a sociedade tem papel fundamental para mudanças, exigindo seus direitos, demonstrando suas insatisfações e mostrando suas necessidades. O representante esclarece ainda que a alteração do atual momento do Brasil pode ocorrer por meio do governo municipal, devido às eleições que ocorrem no ano que vem. "São mudanças que podem ajudar a população, a partir do momento que uma ponderação política for realizada em prol dos cidadãos", encerra.

 

Entidades

Apoiado nesta visão de mudança, o diretor do Ciesp/Fiesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo/Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), regional de Presidente Prudente, Wadir Olivetti Júnior, diz que, diante da situação econômica nacional, "2016 vai ser mais um período complicado, pior ainda se não tiver alterações na gestão do país".

O responsável frisa que a indústria tem sido "penalizada pelo sistema imposto pelo governo federal", no que diz respeito às políticas econômicas. "O mercado todo está retraído", menciona. Para Wadir, o governo não tem foco e está mais preocupado em se manter no poder e não em uma direção pautada na economia interna. "Estamos caminhando para um cenário ainda pior, se prosseguir nesta situação", salienta.

O presidente da Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), Ricardo Anderson Ribeiro, por sua vez, também aponta que se não ocorrer tais mudanças na política, a tendência é piorar, "ao menos é o que demonstram os indicadores". Ele menciona que o ano realmente não foi bom para vários setores e o comércio não é exceção, visto que também "sofreu" com o atual momento. "Até mesmo no Natal, melhor período de vendas do ano, estamos mantendo a cautela", comenta.

"A presidente perdeu as rédeas do comando. Até mesmo a base aliada tem votado contra os projetos que ela envia para a Câmara dos Deputados", lembra o gerente regional do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Eduardo Noronha Viana. Ele acrescenta que, além das questões de impasses políticos que hoje existem, a crise que atingiu o Brasil também foi ocasionada por fatores pré-eleitorais, em que o governo federal segurou os ajustes e, quando os liberou, vieram todos de uma vez. "Ocasionando apertos e dificuldades financeiras, pois subiu tudo de uma vez", salienta.

De tudo que foi abordado, um ponto positivo, conforme explica o advogado e diretor de comunicação da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região), Marco Antônio Goulart, foi observar que a sociedade civil está mais atuante e participativa, preocupada com as questões políticas em geral. Ele garante que a mudança começa a partir da aproximação do governo junto à comunidade e, em contrapartida, "com as pessoas entendendo seu papel fundamental na participação política e social do Brasil".

 
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