Responsáveis por atletas criticam decisão da Selj

Treinadores e pais de atletas da região questionam medida que envolve deslocamento a Curitiba

Esportes - PAULO TAROCO

Data 06/09/2017
Horário 13:54

A alegria por uma convocação de nível estadual foi substituída pela preocupação com despesas e segurança, que coloca em risco a participação de atletas na região na etapa nacional dos Jogos Escolares. A fase ocorre entre os próximos dias 12 e 21 de setembro, em Curitiba (PR), e é organizada pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro). No final do mês de agosto, a Selj (Secretaria Esportes, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo) divulgou a lista de atletas classificados e convocados para representar o estado após o fechamento das etapas estaduais.

Nessa lista consta o nome de quatro atletas da região: Júlia Barbosa, da Escola Cristã, de Adamantina, representará o Estado nas provas do atletismo, pelo arremesso de peso e lançamento de disco. Da Escola Estadual Benjamin Constant, de Osvaldo Cruz, João Pedro da Silva defenderá os paulistas também nas provas do arremesso de peso e lançamento de disco. Também de Osvaldo Cruz, Kaio Vinicius marcará presença no salto em altura e no revezamento 4x75 metros. João Victor Belo de Sena, do Colégio Criarte, de Presidente Prudente, representará São Paulo no pentatlo, prova que agrega as disputas do salto em distância, salto em altura, arremesso de peso, lançamento de dardo e corrida, ainda a definir qual delas integrará a prova em Curitiba.

Entretanto, anteontem, a Selj comunicou aos responsáveis pelos atletas que o deslocamento deles até o Parque Ibirapuera, em São Paulo (SP), local onde saíra a delegação paulista, ficará por conta dos atletas. “O que não ocorria nos anos anteriores e pegou pais e treinadores de surpresa”, como conta Inaldo Sena, treinador da equipe prudentina de base de atletismo Criarte/FCTE/Semepp, que também é pais de João Victor, um dos classificados a Curitiba.

Aproveitando o ensejo, o pai e treinador de João fala sobre as condições de acomodação, alimentação e estrutura dos atletas nas fases estaduais dos últimos dois anos que, segundo ele, deixaram muito a desejar. “Para a etapa final do estado deste ano, em Praia Grande [SP], viajamos em um ônibus que chovia dentro. Agora, essa decisão. Ficamos com a impressão que é mais ou menos assim: quem quiser vai, quem não quiser, não vai. É assim que o esporte está sendo tratado”, avalia Sena.

Além das questões financeiras, os pais e treinadores questionam a questão da segurança dos menores, visto que os ônibus que saem da região têm como destino final o Terminal Barra Funda, na zona oeste da capital. Enquanto o Parque do Ibirapuera está situado na zona sul da metrópole. “Impossível, eu autorizar isso, ainda mãe sendo mãe de uma menina”, diz Rose Barbosa, mãe de Júlia, de Adamantina. Rose é esposa de Carlos, pai e treinador de Júlia.

Ainda de acordo com os responsáveis, anteriormente, a secretaria colocava à disposição dos atletas o transporte para todo trajeto, desde o ponto de origem de cada um. Os pais e treinadores estudam uma maneira de contornar a dificuldade encontrada, levando diretamente os filhos e atletas até Curitiba ou fretando um transporte para a capital paranaense.

A Selj foi procurada para responder os questionamentos e colocar seu posicionamento, mas, até o fechamento desta edição, não respondeu a solicitação.

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