Restrição é necessária para evitar o colapso

EDITORIAL -

Data 06/03/2021
Horário 08:33

Custodiados nos presídios do Estado de São Paulo ficaram por quase oito meses “isolados” do mundo externo em decorrência da pandemia da Covid-19. As suspensões das visitas em março do ano passado perduraram até novembro, quando as portas foram reabertas. Mas, quase um ano depois da primeira decisão da Justiça em suspender temporariamente as visitas presenciais, as unidades novamente voltaram a ficar literalmente reclusas para evitar um surto da doença em servidores e população carcerária.
Ao longo dos meses a reportagem acompanha a situação do novo coronavírus nas penitenciárias regionais,
que mesmo com números de contaminados reduzidos se comparados com o ambiente externo, preocupam
quem está do lado de dentro. Diante disso, o Sindasp (Sindicato do Agentes Penitenciários) entrou com uma ação na Justiça, que concedeu liminar para barrar por tempo indeterminado as visitas. Uma das muitas
preocupações dos servidores diz respeito ao contato do preso com o familiar que vem de outra região com índice maior de contaminação que a do lado oeste.
A notícia da suspensão das visitas incomoda mais uma vez os familiares, que ano passado, inclusive, realizaram manifestação para o retorno gradual dos encontros. Para manter o laço entre eles, a Administração Penitenciária disponibilizou alternativas, como contato por videochamada e e-mail – ações devidamente controladas pela unidade. Apesar disso, entende-se a preocupação dos familiares em ter o contato físico, devido à distância e, muitas vezes, o tempo sem estar ao lado do encarcerado. Porém, é importante colocar a saúde em primeiro lugar.
Mesmo que a decisão da Justiça tenha desagradado uma parcela dos envolvidos, ela continua sendo necessária. Nas unidades prisionais, algumas superlotadas, os privados de liberdade já vivenciam o confinamento, e um possível surto da doença nos presídios poderia trazer um caos ainda maior e acabar de vez com a saúde pública, que está prestes a entrar em colapso. Vale reforçar: é temporário! Quando houver a colaboração, a situação voltará ao normal o quanto antes.
 

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