Saiu ontem de Ribeirão dos Índios, município com cerca de 2,1 mil habitantes, o primeiro carregamento de amendoim, do produtor Aldo Roberto de Almeida, 53 anos, que tem como destino a Rússia. São quatro containers que transportam um total de 100 toneladas do produto. Depois de deixar a região, o material ainda passa por avaliação do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), no porto seco de Bauru, para então seguir para o Porto de Santos, de onde deixará o Brasil. Novas remessas já estão previstas para o México.
Carregamento do lote a ser enviado ao exterior começou ontem
O produtor afirma que está satisfeito com a produção atual em sua cerealista, em média 500 sacas de 25 quilos por alqueire, no entanto, ainda quer mais. "Estamos otimistas com o amendoim e pretendemos expandir em parceiras com agricultores. Esse foi somente o resultado da nossa lavoura. Um ciclo que durou 180 dias", anuncia Roberto, como é conhecido na cidade. Lembra que iniciou com outras culturas, mas há bastante tempo já atua com o amendoim, além do feijão e milho. "A vantagem do amendoim, além de outras, é a integração lavoura/pecuária", frisa.
O carregamento do lote a ser enviado ao exterior começou ontem, logo cedo. Na Cerealista Almeida Filho, na estrada de Ribeirão dos Índios para Emilianópolis, funcionários se empenharam em carregar o pedido estrangeiro. "O nosso primeiro contato foi muito positivo, tivemos parceiros bons", comenta Roberto.
Assistência técnica
O chefe da Casa de Agricultura de Presidente Venceslau, assistente agropecuário Tácito Garcia Scorza, pontua que o amendoim está tendo procura elevada por empresas nacionais e internacionais. A expectativa é de que Roberto, além da Rússia e do México, também distribua sua produção para países como Argélia, China, bem como a União Europeia. "Ele está bastante animado com a alta produção impulsionada pelo clima favorável na região", expõe. Explica que a Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), como órgão oficial de assistência técnica e extensão rural, promove a orientação e acompanhamento técnico dos produtores rurais, nas diversas cadeias produtivas, por meio de realização de dias de campo, visitas técnicas, cursos de capacitação e palestras.
Em expansão
Como noticiado neste diário, o levantamento das previsões de área e produção de culturas no Estado de São Paulo referentes à safra agrícola 2016/17, realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do IEA (Instituto de Economia Agrícola) e da Cati, destacou a 10ª RA (Região Administrativa) na expansão do plantio do amendoim das águas. Isso porque, em 2016, foram 15.615 hectares voltados para o produto, enquanto a previsão para a safra atual é de 16.632 ha, uma alta de 6,5%. Quanto à produção, a estimativa para a atual safra é de 3.501.019 sacos de 60 quilos, 24% a mais do que os 2.810.866 sacos de 60 quilos do ano passado.
Antes, os países europeus eram os principais destinos do amendoim produzido no oeste paulista, com predominância da Holanda. Já, atualmente, o produto em grão e/ou óleo bruto está sendo exportado para vários países como a Rússia, China, Itália, Argélia, Vietnã e África do Sul, o que indica que o mercado externo do produto tem se expandido.
