Romaria da Terra reúne 1,5 mil pessoas

REGIÃO - THIAGO MORELLO

Data 05/08/2017
Horário 12:25

No dia 29 de janeiro de 2000, iniciava-se um processo judicial entre os antigos proprietários da Fazenda Nazaré, em Marabá Paulista, contra a CPT (Comissão Pastoral da Terra do Estado de são Paulo). Uma batalha que buscava reivindicar o direito pelos 4.850 hectares de terras, com destinação a um grupo de assentados. Na última semana, quase 18 anos depois, foi realizada a 18ª Romaria da Terra das Águas do Estado de São Paulo, como uma forma de comemorar a vitória, que saiu em agosto de 2009, mas só agora que a reforma agrária da área ocorrerá. Em meio à estrada de terra que fica no entorno da estância pleiteada, de acordo com o padre Jurandir Severino de Lima, organizador e coordenador diocesano da CPT, cerca de 1,5 mil pessoas, entre trabalhadores rurais, assentados, sindicatos, autoridades religiosas e movimentos sociais, percorreram um caminho de dois quilômetros.

E a cada passo dado, carregando uma cruz de madeira nos ombros, os romeiros chegavam mais próximos da Fazenda Nazaré. Ainda de acordo com o padre, o evento ocorreu em comunhão com a 10ª Romaria da Diocese de Presidente Prudente. Em conjunto, o tema central foi “Fazenda Nazaré: Terra devoluta e terra de quem luta”. “A romaria quer ser um espaço de fé, cidadania, festa e motivação para os povos que lutam por direitos no Estado de São Paulo. É um grito por justiça, que reforça a mobilização popular pela reforma agrária”, completa o padre. Além disso, ele reafirma que também é uma forma de mostrar que são contra a criminalização de lideranças dos movimentos sociais.

 

“Sinal de compromisso”

No meio do caminho até a sede da fazenda foi realizado um banho na cruz, com as águas que circulam pela terra. Uma vez que os participantes chegaram ao local proposto, Jurandir lembra que foram iniciadas as comemorações. Além disso, a cruz carregada pelo trajeto foi fincada no solo da área, “para simbolizar um sinal de compromisso”, explica o organizador.

E quando se trata de símbolo, a romaria, como dito anteriormente, foi feita para comemorar a reforma da terra. As mudanças beneficiaram 235 famílias que serão assentadas no local. A reportagem questionou o representante da CPT sobre os prazos para que seja iniciada a imersão dessas famílias na estância. No entanto, a resposta foi de que “será nos próximos meses”, conforme Jurandir.

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