Salários rurais estão dentro da média estadual

PRUDENTE - Mariane Gaspareto

Data 08/07/2016
Horário 10:24
 

A 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo está em nono lugar no ranking dos salários dos trabalhadores rurais em âmbito estadual, pagando valores medianos às categorias agropecuárias disponibilizadas pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola), em abril.  Os dados são obtidos com base em informes dos técnicos responsáveis pelas Casas de Agricultura.

São abrangidas as categorias: diarista a seco, que compreende o trabalhador que realiza tarefas rotineiras, mediante pagamento diário de quantias pré-estabelecidas; volante, boia-fria ou safrista, o qual é contratado para realizar tarefas determinadas; administrador, que recebe salário mensalmente para executar serviços gerais de administração e gerenciamento da propriedade; tratorista, trabalhador especializado em operação de tratores e de outras máquinas; mensalista, que recebe por mês para executar as mais diversas tarefas, especializadas ou não; e, por fim, o capataz, trabalhador que tem sob sua responsabilidade os demais trabalhadores do imóvel rural, controlando as jornadas e a qualidade do trabalho.

 

Majoração nos valores


Excetuando o cargo de mensalista, todos os demais apresentaram reajuste nos salários pagos entre 2015 e 2016 nos EDRs (Escritórios de Desenvolvimento Rural) da região, segundo os dados do IEA. O maior aumento, de 14,1%, foi para o cargo de administrador em Presidente Venceslau, que passou a ganhar R$ 2.066 frente aos R$ 1.810 que recebia anteriormente. O diarista seco, por sua vez, ganhava R$ 61 no ano passado em Prudente e passou a receber R$ 69 por dia, aumento de 13,8%.

O diretor-técnico do EDR de Prudente, João Menezes de Souza Neto, esclarece que o repasse da inflação, "que aumentou muito", foi importante nesse panorama de acréscimo, assim como a recuperação do setor sucroalcooleiro na região. "As usinas que não estavam com boa saúde financeira já encerraram as atividades, e permaneceram as que ainda estão rendendo bem, de modo que os valores pagos são melhores", esclarece.

Outro ponto importante é a escassez da mão de obra qualificada na região, com a migração de trabalhadores da agropecuária para outros segmentos e também pela necessidade de profissionais mais preparados. No entanto, de acordo com João Menezes, muitos acabam aceitando quantias inferiores às que deveriam receber pelo medo do desemprego. "Se não fosse o crescimento absurdo do custo da produção nos últimos dois anos, o acréscimo nos salários poderia ter sido ainda maior", acrescenta.

Apesar de também registrar aumento nos salários rurais, Dracena teve os menores reajustes entre os EDRs. O diretor técnico da unidade, Luís Alberto Pelozo, explica que a estrutura fundiária das cidades dessa região é diferente, contando com propriedades menores, em sua maioria de agricultura familiar, onde os proprietários não têm condições de arcar com as mesmas quantias de regiões com grandes fazendas.

 

Salários Agropecuários nos EDRs






























































































































Categorias Dracena Presidente Prudente Presidente Venceslau

Administrador (R$/mês)



2015



1.586,67



1.750,00



1.810,00



2016



1618,75



1.996,05



2.066,67



Evolução (%)



2,02



14,06



14,181



Capataz (R$/mês)



2015



1.252,29



1.228,50



1.441,00



2016



1253,33



1.378,43



1.500,00



Evolução (%)



0,08



12,20



4,09



Diarista a seco (R$/dia)



2015



58,44



61,25



56,36



2016



63,12



69,76



62



Evolução (%)



8,01



13,89



10,01



Mensalista (R$/mês)



2015



1.047,80



1.045,90



1.121,50



2016



1073,12



1.038,86



1.116,67



Evolução (%)



2,42



-0,67



-0,43



Tratorista (R$/mês)



2015



1.331,25



1.235,75



1.304,55



2016



1431,25



1.298,67



1.400,00



Evolução (%)



7,51



5,09



7,32



Volante (R$/dia)



2015



59,29



65



56



2016



62,67



66,9



59,67



Evolução (%)



5,70



2,92



6,55


Fonte: IEA (Instituto de Economia Agrícola)

 

Ranking por Região Administrativa









































































Região Administrativa Média dos valores pagos para as seis categorias
1ª Franca

1.085,61


2ª Araçatuba

1.083,84


3ª Campinas

1.073,71


4ª Barretos

1.030,47


5ª São José do Rio Preto

1.025,56


6ª São José dos Campos

1.012,77


7ª Marília

999,74


8ª Ribeirão Preto

987,38


9ª Presidente Prudente

971,80


10ª Itapeva

958,12


11ª Sorocaba

955,44


12ª Bauru

954,65


13ª Central

926,15


14ª Registro

926,00


15ª São Paulo

870,85


16ª Baixada Santista

819,24



Fonte: IEA (Instituto de Economia Agrícola)
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