Com produção de 81.640 toneladas em 2021 (9,4% a mais em relação ao ano anterior), o Estado de São Paulo mantém-se na segunda colocação na produção de peixes do Brasil. Esse resultado é puxado por investimentos de grandes e médios produtores, que verticalizam suas estruturas, contribuindo para o aumento do setor de processamento.
O dado consta em levantamento exclusivo da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), divulgado nesta semana. A entidade congrega produtores, empresas de todos os segmentos da cadeia produtiva e entidades de classe.
Outros Estados
A produção de peixes de cultivo no Paraná cresceu 9,3%, em 2021, consolidando ainda mais a liderança do Estado na piscicultura brasileira. Foram 188.000 t no ano passado contra 172.000 t no ano anterior: 16 mil toneladas a mais.
O Paraná tem um modelo de produção definido. As cooperativas têm papel de destaque no desempenho da atividade no estado. Rondônia (3o maior produtor) não teve bom desempenho. A produção (59.600 t) recuou 9%. O Estado enfrenta dificuldades inerentes ao segmento de peixes nativos, com desafios tanto em termos de legislação ambiental quanto de infraestrutura, apoio oficial e comercialização.
Entre os 10 maiores produtores de peixes de cultivo do país, sete tiveram crescimento em 2021 e três apresentaram desempenho negativo. Além de Rondônia, a produção foi menor em Maranhão - Estado que vinha em alta nos anos anteriores, e Mato Grosso (-9%). Com tremendo potencial produtivo, Goiás deixa o ranking com redução de 1,2% na produção (29.700 t).
Pelo lado positivo, destaque para Pernambuco, cuja produção cresceu 17% (31.930 t) e Mato Grosso do Sul (37.400 t ou +15,5%). (Da Texto Comunicação)
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Setor da piscicultura gera cerca de 1 milhão de empregos diretos e outros 2 milhões indiretos
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Sudeste é responsável por 27% da produção total de tilápia (144.340 t), com destaque para São Paulo e Minas Gerais
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“A piscicultura representa a atividade de produção animal que mais cresce nos últimos anos. Obviamente que isso decorre do consumo ainda baixo (menos de 5 kg por habitante ao ano), mas também das características dos peixes de cultivo em termos de qualidade e segurança. A atividade é extremamente profissional, trabalha com boas práticas e utiliza modernas tecnologias em genética, sanidade, nutrição e equipamentos”.
Francisco Medeiros, presidente executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), no lançamento do anuário da piscicultura do Brasil, na terça-feira, dia 22
Produção brasileira de peixes de cultivo foi 4,7% maior em 2021
O Brasil produziu 841.005 toneladas de peixes de cultivo (tilápia, peixes nativos e outras espécies), em 2021. Esse resultado representa crescimento de 4,7% sobre a produção de 2020 (802.930 t).
O estudo da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR) aponta que ano a ano a atividade supera o cenário macroeconômico complexo e mantém média de crescimento de 5,6% desde 2014, ano que marca a criação da PeixeBR e o início da apuração de dados estatísticos sobre a piscicultura brasileira pela associação.
Um milhão de produtores
Segundo monitoramento da entidade, a piscicultura envolve mais de 1 milhão de produtores, gera cerca de 1 milhão de empregos diretos e outros 2 milhões indiretos e, em 2021, movimentou R$ 8 bilhões.
A piscicultura foi diretamente impactada pela elevação dos insumos e matérias-primas para alimentação animal. Além dos macroingredientes (milho e farelo de soja), destaque para os microingredientes importados, que subiram em dólar e enfrentaram problemas de abastecimento regular durante diferentes períodos do ano.
No mercado interno, a manutenção dos elevados níveis de desemprego e a consequente redução do poder de compra da população também dificultaram a comercialização de peixes com rentabilidade aos produtores, especialmente em Estados das regiões Norte e Nordeste.
“Não foi um ano fácil para os produtores de peixes de cultivo. A realidade foi muito diversa nos Estados. Alguns mercados encontraram formas de manter ou até elevar os níveis de comercialização e outros enfrentaram mais dificuldades. A pandemia foi decisiva para este cenário, assim como foi – e está sendo – para a economia brasileira como um todo”, explica Francisco Medeiros, presidente executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR).
Entre os pontos positivos do ano, o presidente executivo da PeixeBR destaca o crescimento das exportações e também o contínuo investimento das empresas verticalizadas em novos produtos para incentivar o consumo.
Em 2021, a piscicultura brasileira produziu 534.005 toneladas de tilápia, com crescimento de 9,8% sobre o ano anterior (486.255t). A espécie representou 63,5% da produção de peixes de cultivo como um todo, comprovando sua viabilidade para as condições brasileiras. Foram produzidos 262.370 t de peixes nativos (31,2% do total), com recuo de 5,85% em relação a 2020. A questão ambiental, a falta de programas oficiais de apoio ao cultivo e dificuldades de mercado foram decisivos para esse desempenho do segmento.
As outras espécies (carpas, trutas e pangasius) foram responsáveis por 5,3% da produção total de 2021, atingindo 44.585 toneladas: +17% sobre o resultado do ano anterior, comprovando o potencial do pangasius para o clima brasileiro. (Da Texto Comunicação)
Tilápia representa 63,5% da produção no país
A tilápia consolida-se cada vez mais como a espécie mais cultivada no Brasil. Em 2021, foram produzidas 534.005 toneladas no país, com aumento de 9,8% sobre o desempenho do ano anterior (486.155 t). Com esse resultado, a tilápia participou com 63,5% da produção nacional de peixes de cultivo.
A espécie está presente em todas as regiões do país, com maior ou menor relevância. Mesmo na região Norte, tradicional polo de criação de peixes nativos, a tilápia começa a aparecer, a partir da liberação de cultivo por alguns governos estaduais. Naquela região, em 2021 foram produzidas 860 toneladas, um volume pequeno, mas que representa incremento de quase 40% sobre o ano anterior (620 t).
O Sul lidera, com folga, a produção de tilápia. A espécie representa 86% de todos os peixes de cultivo na região. No total, são 231.900 t nos três Estados sulistas: cerca de 43,4% da produção nacional. O Sudeste vem a seguir com perto de 27% da produção total de tilápia (144.340 t), com destaque para São Paulo e Minas Gerais. Juntos, Sul e Sudeste detêm 70% do cultivo no país.
O Centro-Oeste também avança no cultivo de tilápia, já representando em torno de 11,5% (61.650 t) e se aproxima do Nordeste, que com 95.300 t no ano passado participa com 18% do total. (Da Texto Comunicação)