Sem folga, trabalhadores buscam alternativas

Esportes - Jean Ramalho

Data 24/06/2014
Horário 08:32
 

 

 

Se para grande parte dos brasileiros, ontem à tarde, foi de folga dedicada, exclusivamente, ao confronto entre Brasil e Camarões, válido pela última rodada do grupo A da Copa do Mundo. Para outros, a rotina não teve alteração. Mesmo com a maioria das ruas e avenidas completamente vazias, alguns estabelecimentos comerciais permaneciam com as portas abertas. Para os funcionários, o jeito foi vestir as camisas da seleção e do serviço, e tentar conciliar o atendimento aos clientes, com a torcida pela equipe brasileira.

Enquanto o atacante Neymar anotava o primeiro gol, o frentista Albary Antônio Barbosa, 47, corria para abastecer mais um carro no Posto Everest, em Presidente Prudente. Contudo, ao mesmo tempo em que essa situação poderia chatear alguns torcedores, para ele, que já acumula mais de dez anos na profissão, trabalhar e torcer ao mesmo tempo faz parte de sua rotina. "Já enfrentei muitas Copas. É sempre assim, um ‘olho no peixe e outro no gato’. Se aparecer um cliente a gente atende, caso contrário a gente senta e torce", comenta.

Confiante, Barbosa já contava vitória do Brasil mesmo antes de o jogo acabar. Mesmo com a possibilidade de também acompanhar os próximos jogos no serviço, o frentista torce para que a seleção de Felipão cresça a cada jogo e diz que acredita no hexacampeonato. "Tem que trabalhar. Então, enquanto alguns festejam, nós trabalhamos torcendo para o Brasil. A seleção vai crescer nas próximas fases e vai trazer o hexa", crava Barbosa.

Companheiro de serviço de Barbosa, Leandro Fuschiani, 22, não tem a mesma experiência do frentista em Copas do Mundo. Esta é a primeira vez que o atendente de caixa trabalha em dias de jogos do país no posto. Porém, assim como seu parceiro, não descuida dos clientes, tampouco dos olhos na televisão. "Não pode descuidar dos clientes. Alguns momentos temos que atender e deixar o jogo de lado. Já outros o posto fica vazio e conseguimos torcer um pouco", relata Fuschiani.

 

Por trás dos balcões

Outro setor que não parou durante a partida foi o farmacêutico. Mesmo com a avenida Manoel Goulart completamente vazia no momento do confronto, algumas farmácias e drogarias da via se mantiveram abertas. Em uma delas, a Droga Rizzo, seis funcionários dividiam um bolo e tomavam refrigerante em frente da televisão.

"O país não pode parar, alguém tem que trabalhar mesmo durante os jogos. Então conciliamos bem. Até porque, nos momentos do jogo o movimento fica meio parado também", afirma Dênis Fabrício de Freitas, 32, que trabalha no ramo há quatro anos e encara sua segunda Copa do Mundo atrás dos balcões.

Com 16 anos dedicados à função, o balconista Jefferson Rocha da Silva, 30, diz que perdeu as contas de quantas Copas do Mundo passou no serviço, com os amigos, assistindo o jogo pela televisão. Entretanto, para ele, o momento serve também para quebrar a rotina. "Na hora do jogo o movimento é mais fraco, então, aproveitamos para conversar, comer e torcer pela seleção", cita o balconista.

 
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