Sem lenço, nem documento

Roberto Mancuzo

CRÔNICA - Roberto Mancuzo

Data 03/01/2024
Horário 06:00

Quando nasceu em 3 de janeiro, a menina de Paranavaí já decidiu: iria caminhar “contra o vento, sem lenço, sem documento”. 
E sob o mantra "Alegria, Alegria" apostou tudo em sonhos e ideais para colocar em prática a inquietação de uma geração que desejava transformar o mundo. E como ela transformou! Não só a “Terra” dela, mas de tanta gente...
Não satisfeita em permanecer no interior, procurou uma "Sampa" própria e encontrou na cidade das araucárias o encanto e a desilusão das metrópoles. 
Das nuvens que acordam com a Curitiba de Leminski às ruas de pedra, a mulher vive feliz no palco das flores e prova todo dia, ao sair de casa ainda de madrugadinha, que não é só lá em terras paulistanas que “alguma coisa acontece no meu coração”.  
Um coração bem inquieto, aliás, que precisou não só da revolução de uma “Tropicália”, mas de vários “Quereres” internos e externos para encarar de frente os mais diversos "Podres Poderes" que cruzaram seu caminho e que deixaram o gosto amargo da “Cajuína” no chinelo. 
Ah, nem vem traição, nem vem solidão, nem vem doença, porque “onde queres ternura, eu sou tesão”!
E foi talvez nesta toada que, vestida “com as roupas e as armas de Jorge”,  aprendeu que em vez de ficar “sonhando acordado juntando o antes, o agora e o depois”, era preciso lutar, mas especialmente amar e cuidar, coisa muito própria de quando a gente gosta. 
E como ela cuida dos seus leõezinhos. Não permite escapar um só e ainda tenta, mesmo que em vão e na decepção, trazer outros tantos para perto. 
Azar o deles que não se achegam. Eu adoro ser um “Leãozinho” dela.
Pois é, você percebeu que eu “caetaneei” esta crônica toda e não foi à toa. Só fiz isto para chegar à frase que queria mesmo dizer para Tia Rose neste dia 3 de janeiro: “Você é linda e sabe viver”. Parabéns!
 

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