Serviço braçal dificulta retorno da Cooperlix

Após incêndio, cooperativa voltou ontem com as atividades de coleta e triagem, mas ainda não conta com maquinários por falta de energia

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 24/07/2018
Horário 04:29
Marcio Oliveira - Triagem do material coletado teve início ontem de forma braçal no novo barracão
Marcio Oliveira - Triagem do material coletado teve início ontem de forma braçal no novo barracão

O dia de ontem foi marcado pelo recomeço para os cerca de 90 cooperados da Cooperlix (Cooperativa dos Trabalhadores de Produtos Recicláveis de Presidente Prudente), que após perder praticamente 100% da estrutura e ganhar um barracão temporário para exercer as suas atividades, retomou ontem a separação dos materiais que foram coletados também na data, após uma semana sem a prestação do serviço. Para os cooperados, a atividade tem apresentado certas dificuldades, visto que é realizada de maneira braçal pela falta de equipamentos e energia no local, que segue em tratativas por parte da Prefeitura.

Para chegar ao recomeço, a Cooperlix enfrentou um incêndio no dia 14 de julho, ato que causou um prejuízo que cerca R$ 1,2 milhão e trouxe prejuízos de quase 100% da estrutura e maquinários que estavam no local. O incêndio, inclusive, é alvo de um inquérito da Polícia Civil, que buscar investigar as causas do fogo, que pode ter sido criminoso. Após ganhar um espaço temporário para a realização do serviço, que fica na Avenida Alvino Gomes Teixeira, zona norte da cidade, o barracão passou por uma vistoria, limpeza, que proporcionaram a volta da cooperativa ontem.

“Ver tudo o que perdemos foi a maior tristeza que já passei na vida, pois estou há três anos na Cooperlix e sei o quanto lutamos para crescer. Pensei que demoraria mais para voltarmos ao trabalho, mas foi rápido e recebemos muito apoio”, lembra Diego Victor Lopes dos Santos, 25 anos. O jovem diz ainda que a maior dificuldade, no momento, é o serviço braçal que tem sido realizado, já que o novo barracão não conta com energia, ainda, e não dispõe de maquinário para as atividades. “Aos poucos, vamos nos acostumando”. Ontem o serviço de coleta foi normalizado, e os 206 bairros receberão, ao longo da semana, a prestação do serviço. O primeiro dia, conforme Diego, foi marcado, além da coleta, pela triagem dos materiais e comercialização solta, já que eles não podem ser prensados.         

Já a cooperada Fernanda Aparecida Ramos, 34 anos, entrou dois dias antes do incêndio na empresa, o que fez com que ela, logo no início, se sentisse triste com a situação que enfrentaria dali para frente. “Não fiquei abalada apenas por ser no meu novo serviço, mas por saber que há 90 famílias que têm isso como sustento”, ressalta. Fernanda afirma que o trabalho braçal também tem sido uma dificuldade, mas lembra que nada disso é suficiente para deixá-la desmotivada.

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