Representando o Estado, a Diretoria Regional de Ensino de Presidente Prudente classificou o protesto realizado ontem na EE (Escola Estadual) Marietta Ferraz de Assumpção como "precipitada", e garantiu que o projeto de reorganização da rede visa amplificar o potencial da unidade, e não suspender suas atividades. Com cartazes "Educação não é custo", "Fecha escola e abre cadeia", "Para onde vamos?", além de rojões e sinalizadores, pelo menos 300 alunos e professores do período matutino, dos ensinos médio e fundamental, se reuniram em frente à escola, localizada no Jardim Bela Daria, em Prudente, e protestaram contra o suposto fechamento do local.

Como noticiado ontem por O Imparcial, o manifesto foi programado após a Secretaria de Estado da Educação dar início ao seu projeto de reorganização da rede, que poderá implicar no fechamento de algumas escolas em 2016. Como informado por este diário, o trabalho foi anunciado na semana passada, e, segundo a Assessoria de Imprensa da pasta, o intuito é a redução de unidades com três ciclos de ensino, do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano também do fundamental, e ensino médio, e cresça a quantidade de unidades escolares com apenas um ciclo.

 

Protesto

Para a coordenadora regional da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Ana Lourdes Kuhn Lopes Pinheiro, se nenhuma medida for tomada, haverá a efetividade do fechamento da unidade, tendo como consequência "a superlotação das escolas que abrigariam os 443 alunos, além do desemprego de professores". "Nós não apoiamos esta atitude", ressalta.

Segundo o professor de História, Odair Donizete da Silva, 52 anos, o estudo realizado pelo Estado também deve abranger o potencial histórico e social da EE Marietta Ferraz de Assumpção. "Quantos pais, avós passaram por aqui?", defende.

Gritando "Marietta, Marietta", os alunos Giovana Lamberte, 15 anos, do 1º ano do ensino médio, e Lucas Bento, 14 anos, do 8º ano do ensino fundamental, reivindicavam sobre os "direitos dos estudantes". Segundo eles, a proximidade da escola com a casa da maioria dos alunos é uma das principais facilidades. "Moramos aqui do lado", comentam.

Segundo a dirigente regional de ensino, Naide Videira Braga, as reuniões que fazem parte do projeto de reorganização sempre contaram com os diretores das escolas, inclusive no caso da EE Marietta Ferraz de Assumpção. "Sempre deixamos claro nossas intenções", diz. Segundo ela, para o funcionamento de uma unidade de ensino é necessário o fluxo de alunos. "A escola em questão comporta mais do que 443 alunos, e é isto que buscamos fomentar", pontua.

 

EE Marietta

Fundada em 1951, a unidade conta hoje com 443 alunos divididos entre os ensinos médio e fundamental, nos períodos matutino e vespertino, além de 37 professores, e outros 13 profissionais que atuam em outras áreas como limpeza e coordenação.

De acordo com o professor de Filosofia, Junior Cezar Santos, 32 anos, a maioria dos estudantes pertence ao bairro Jardim Bela Daria, sendo que 11% precisam de transporte para comparecer às aulas.