Talita Younan fala de carreira promissora

Em visita à família na cidade, ela recebeu ao lado da vovó Sônia, a reportagem para um bate-papo

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 18/03/2018
Horário 10:33
Marcio Oliveira, Sempre com um sorriso estampado no rosto, Talita Yonan recebeu a reportagem em sua casa
Marcio Oliveira, Sempre com um sorriso estampado no rosto, Talita Yonan recebeu a reportagem em sua casa

Filha do advogado Aquiles Gonçalves e da agente de turismo Patrícia Daniel, irmã de Pedro, a atriz prudentina, Talita Younan, revelada há dois anos na televisão por Alexandre Avancini, na Rede Record, vem conquistando cada vez mais o sucesso. Em visita à família na cidade, ela recebeu ao lado da vovó Sônia, a reportagem para um bate-papo. Ela chegou a iniciar o curso de Comunicação Social, mas parou no segundo semestre e voltou para a arte, pois, desde criança gostava mesmo de encenar. “Aos 9 anos eu disse para minha mãe que queria ser atriz. Estudei teatro com o maravilhoso Tiago Cardoso, da Mênades & Sátiros, busquei aperfeiçoamento em cursos e workshops. Ganhei de presente a Damarina na incrível e mágica novela bíblica ‘Os Dez Mandamentos’ e agora mostrei um pouco mais da Talita atriz com a K1 na Malhação - Viva a Diferença. Amo minha cidade e sempre que posso estou aqui para ver minha família que tanto amo e meus amigos!”, exclama a atriz.

 

Você vem do teatro. Existe alguma diferença dos palcos para a telinha da TV e a telona do cinema?

Independente de qual meio/veículo de comunicação, arte é arte! Acredito que tudo que é feito com verdade e amor, é bonito e verdadeiro. É assim que conseguimos alcançar o público. Então, em qualquer um dos três, isso é o mais importante. Agora, o teatro é mais expansivo, a gente fica longe do público e para que te vejam tudo tem que ser muito grande: movimentos, olhares, fala. Acho que essa é a maior diferença. Tanto que quando cheguei à televisão, o meu diretor pegava muito no meu pé porque eu gesticulava demais. Adorava fazer caretas e falava alto demais [risos]. Tudo isso herança do teatro. Na TV é tudo mais contido, naturalista como o nosso dia a dia. E no cinema ainda mais, com os planos mais fechadinhos no rosto, o olhar mais forte. Acho que é isso.

 

Contratada da Rede Record, você já chegou a TV em uma novela bíblica de sucesso, “Os Dez Mandamentos”, como Damarina. O que essa novela representou em sua carreira?

Foi lindo! Muito emocionante! A Damarina começou pequenininha e foi crescendo, se destacando. Na segunda fase ainda mais com o seu par romântico com o Nadabe. O mais mágico de tudo era saber que estávamos ali interpretando algo que aconteceu mesmo. E isso é muito especial. É algo que vai marcar para sempre a minha carreira. Eu sou muito religiosa e talvez por isso me tocou tanto. Por várias vezes nos pegávamos chorando em uma cena e outra, por que: ‘meu Deus isso está na Bíblia!’ A energia era muito grande. Não tenho dúvidas de que Deus estava ali presente, guiando aquele elenco lindo, unido, dedicado e de muita fé. Antes de começar as gravações sempre orávamos.

 

Depois da Record você mudou de casa indo para a Rede Globo. Como foi essa transição de casas tão importantes?

A Record foi uma escola para mim. Eu não tinha feito nada até então, além do teatro. Entrei crua mesmo. Não sabia nada, nada. Posicionamento de câmera, luz... Tudo que eu sei aprendi ali. Já cheguei à Malhação mais confiante para aprender mais. A equipe bonita de “Dez Mandamentos” me fez chegar com aquele olhar bonito da profissão, na Globo. As duas casas são muito boas para se trabalhar e me deixam muito feliz! A equipe de Malhação também era inacreditável. Eu digo que acho que o segredo dessa temporada ter dado tão certo, melhor audiência em dez anos, foi por conta também dessa equipe dedicada. Eu tive muita sorte. Fui muito bem acolhida em ambas. Sinto-me em casa! O Avancini será sempre o meu padrinho, foi ele quem me descobriu na televisão. Eles cuidam demais de mim! Acho que por saberem que não tenho família por perto, a galera da equipe, maquiadores, atores me tratam como da família. E eu como me apego mesmo, amo tudo isso. E vou à casa de um, de outro para almoçar [risos]. Em ambas as emissoras estão pessoas que levarei para toda a vida.

 

Recentemente você viveu a personagem, a K1, abordando temas interessantes, dentre eles o abuso sexual, na Malhação – Viva a Diferença. Como foi dar vida a essa garota?

Foi demais! Quando me disseram que eu iria fazer uma vilã, não acreditei porque achava que isso não iria acontecer tão cedo. Até, porque, no teatro, eu sempre fiz a mocinha, a Damarina era doce, meiguinha, tanto que mandei meu material de vídeo dela. Imagina, levei um susto quando disseram que eu seria vilã. Foi até meio desesperador, pensei: ‘ai meu Deus será que vou apanhar na rua?’ [risos]. Porque ainda tem muita gente que mistura o personagem com o ator. Quando a K1 era bem ruim, que fazia bullyng com a Benê eu recebia muitas mensagens na internet. Então, foi um grande desafio, mas depois ela foi para o lado cômico, entrou em um “dramão”, que foi o assédio, e depois ficou totalmente do bem ajudando a galera, os amigos, o namorado que estava sofrendo com o alcoolismo. Para mim ela foi um grande presente porque com ela consegui mostrar de tudo um pouco. Vários lados da Talita atriz. Geralmente um personagem segue uma mesma linha e se tiver que mudar isso acontece ali no finalzinho. Com a K1 não foi assim.

 

O assédio te assustou? Você sabia desde o início que sua personagem passaria por esta situação?

Sim. Eu soube do assédio um mês antes de ir ao ar, não tinha isso na sinopse, eles foram decidindo no decorrer da trama, foi outra grande surpresa. Quando começou a vir no texto que a K1 estava se vestindo toda tapada, com roupas de mangas, cabelos desarrumados, sem maquiagem, fiquei curiosa porque ela usava muito shortinho e blusinha. Perguntava ao meu diretor o que estava acontecendo e ele dizia que eu descobriria. Então, foi uma construção mesmo e quando vi do que se tratava pensei: ‘nossa, meu Deus que responsabilidade social falar sobre isso em um projeto de entretenimento, às 17h30, em que conversamos para os jovens, público-alvo de 10 a 18 anos. Que difícil! Como acessar essa galera, levar a informação de maneira correta, mas que também não fuja do entretenimento. Enfim, estudei muito, me preparei, assisti muitos documentários e acho que deu muito certo. Depois que foi ao ar, mais de mil meninas me mandaram mensagens relatando abusos de pai, padrasto, tio, amigos, etc. É inacreditável, mas acontece muito mais do que a gente imagina. Fiquei assustada. Comecei a me envolver tanto, que queria responder todas, mas não tinha como. Foi uma semana bem difícil, mas, entendi que o nosso papel de passar a informação e incentivar essas vítimas a procurar um adulto de confiança foi passado. E tivemos esse retorno também. Até o set de gravação foi diferente, tudo muito calmo, um cuidado especial comigo para gravar essas cenas, tamanha a seriedade do assunto.

 

Falando em abuso sexual, bullyng, preconceito, racismo... Você já vivenciou isso fora da ficção?  

Como já falei em outras entrevistas, acho que todas nós mulheres sofremos com algum tipo de abuso. Não de estupro, mas aquela forma que não gostamos que falem com a gente como: ‘ô gostosa, gata’, na rua, ou na balada quando você passa e puxam seu braço, seu cabelo, olhares estranhos, isso é um tipo de abuso que eu não sabia que era configurado como tal. Bullyng eu nunca sofri, mas uma amiguinha do meu irmão, de apenas dez anos teve que mudar de colégio por isso. É um absurdo. Eu terminava uma cena de bullyng com a Benê e caía no choro. Era horrível! Era muito difícil para mim. Nossa, a cena que eu a chamei de ratinha e mandei ir para sua toca, acabou comigo. Sabemos que as pessoas vivem isso, mas retratar é muito doloroso.

 

Como é na internet com seus fãs? Consegue ter contato com eles, respondendo-os, por exemplo?

Eu leio todas as mensagens. Tento responder todo mundo, mas é muito difícil. Gosto muito desse contato com o público. Para nós atores é muito importante saber o que nossos fãs estão achando, o que estão curtindo ou não, o que falta, o que pode ser acrescentado. Porque tudo é feito para eles que é quem nos faz. O público é peça fundamental em nossa carreira. Então eu tento marcar encontros de fãs todo mês. Eles fizeram uma festa no último capítulo de Malhação. Prepararam uma festança no meu aniversário, com painel, mesa com bolo, doces e salgadinho em frente ao Projac. Então não tem como não ser próxima dessas pessoas que estão ali te dando amor, gratuitamente. Eu já fui fã. Fui cover do Rebeldes, Chiquititas. Então, sei bem o que é isso e procuro retribuir dando o melhor de mim!

 

Com esse sucesso que vem fazendo, como é cumprir os programas rotineiros como ir ao mercado, à praia... enfim, às ruas?

O assédio é um pouco maior, mas nada surreal, dá para fazer tudo normal. A única diferença é que eu, que sempre fui ‘molecona’, sapía de qualquer jeito, desarrumada, cabelo preso, sem maquiagem, agora saio um pouquinho mais arrumadinha porque sei que sempre vai ter alguém querendo tirar uma foto e tal. E eu amo atender bem as pessoas. Os meus fãs. Fico muito triste quando vejo alguém tratar mal um fã. Nosso trabalho é como qualquer outro. A gente vai lá, bate cartão, trabalha de segunda a sábado, de manhã até à noite, chega em casa tem que estudar texto, não tem vida pra nada. Não tem nada de glamour como pensam. O glamour é para o público. Trabalhamos para o público. Então, sejamos humildes.

 

Em 2014, em entrevista para este diário, você disse que chorou quando se viu rodeada por atores que sempre admirou em “Os Dez Mandamentos”. Que era a realização de um sonho. Tem noção de que hoje conhecer você é o sonho de tantos adolescentes/jovens?

Eu me vejo a mesma pessoa [risos]. No decorrer de cada trabalho a gente vai ficando mais conhecida do público. É meio maluco pensar que tem gente que se inspira em mim porque é uma batalha diária. Eu estou ali aprendendo todos os dias e tenho muito a aprender e a conquistar ainda. Mas, quando vejo os atores mais velhos das novelas sinto o desejo de ser como eles. Antes eu ficava tensa, tudo era novidade. Hoje é mais tranquilo, são amigos mesmo. Hoje trabalho com Ângelo Antonio, Lucio Mauro Filho, Marcelo Antony e fico ali ligada, querendo aprender com eles...

 

Você fez um ensaio sensual belíssimo. Foi tranquilo?

Foi bem legal de biquíni, maiô, na praia. Achei que ficou bem natural, me diverti muito! Nu eu não faria não [risos]. Não tenho interesse nenhum.

 

Tem algum novo projeto à vista?

Tem projeto novo vindo por aí! Não posso dizer ainda o que é, mas os fãs vão amar! Estou aqui na minha cidade de férias, curtindo a minha família que eu tanto amo, mas louca para voltar a trabalhar. Eu quero trabalhar muito!

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