Em um período em que a tecnologia facilita a vida da maioria das pessoas, a "simples" tarefa de transmitir valores e educar filhos se apresenta como o maior desafio das mães da modernidade. Para muitas, a dificuldade está em passar bons princípios, contribuir para a formação de caráter e livrar os jovens dos apelos da criminalidade.
A dona de casa Yara Golveia, 52, é uma das que compara a diferença entre a educação nos dias de hoje com antigamente. "Na minha infância os filhos obedeciam aos pais através de um simples olhar. Atualmente, falta esta interação, além da capacidade, amor e carinho de algumas mães", observa.

Yara Golveia, dona de casa
A serviços gerais Jucilene Cristiane da Silva, 33, e a salgadeira Ana Paula de Jesus Ribeiro, 40, acreditam que o problema também está relacionado com o fato de muitas mulheres terem aberto mão das obrigações da maternidade para trabalhar fora. "A maioria faz isso por precisão, para ajudar nas despesas de seus lares. Por conta disso, precisam confiar a educação de seus filhos a outros, como babás ou creches", diz Silva.
"Além disso, minha maior preocupação, e acredito que da maioria das mães, é com o cenário das drogas. Faz parte de uma boa educação conversar muito e dar todo amor aos nossos filhos, para livrá-los desse mal", enfatiza Ribeiro.
A aposentada Irene Nehring, 85, acrescenta que é preciso conservar e passar os bons princípios para as crianças e jovens. "É necessário encaminhá-los e direcioná-los para tudo aquilo que consideramos indispensável para a formação do bom caráter e de um cidadão de bem", ressalta.
Por fim, a também aposentada Maria Andrade, 67, defende que educação e religiosidade devem caminhar juntas. "Mais que dar roupas e calçados, a mãe deve apresentar Deus aos seus filhos. Independente da religião, é indispensável ensiná-los que a fé é o caminho certo a seguir", pontua.
Jornada dupla
O exercício da maternidade da professora Claudia Regina Santos Silva, 44, é praticado diariamente em dose dupla: entre os filhos e seus alunos, com quem passa a maior parte do tempo. Educadora há nove anos, atualmente, coordena uma sala para bebês - de um a dois anos -, do berçário da Creche São Vicente Palotti, no Lar dos Meninos, em Presidente Prudente.
"A professora que é mãe tem toda uma sensibilidade e acaba dando o mesmo carinho dedicado aos filhos. Quando os alunos estão com dor, tristes, com fome ou sono, imediatamente pensamos nas nossas crianças", garante.
Silva conta que pelo fato de seu filho estar na mesma sala e chamá-la de mãe todo o tempo, muitas crianças passara chamá-la da mesma forma. A educadora acrescenta que conhece muitas mães que sofrem ao ter que abrir mão de cuidar dos filhos em casa. "Por outro lado, infelizmente existem algumas que não se preocupam tanto, deixando os pequenos para priorizar projetos pessoais", lamenta.