Anunciada na segunda-feira, a decisão da Prefeitura de Presidente Prudente de implantar a gratuidade no transporte coletivo aos finais de semana, a partir dos dias 7 e 8 de junho, começa a gerar expectativas entre representantes dos setores econômicos da cidade. A reportagem de O Imparcial ouviu lideranças do comércio, serviços e indústria para entender como a medida pode repercutir na economia local.
Para o presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região), Vitalino Crellis, a iniciativa da Tarifa Zero é avaliada de forma positiva, especialmente para os sábados, quando há maior movimentação nas lojas. No entanto, ele pondera que o impacto poderia ser mais expressivo caso a gratuidade fosse estendida às sextas-feiras.
“O sábado é, tradicionalmente, o dia de maior movimento no comércio. Já o domingo costuma ter baixa movimentação, exceto em datas especiais ou com ações culturais que atraiam o público”, afirma.
Vitalino aponta ainda que há expectativa de aumento na circulação de pessoas no centro de Prudente e em regiões comerciais, sobretudo em datas estratégicas como o quinto dia útil, quando há maior liberação de salários. A gratuidade, segundo ele, pode impulsionar promoções e campanhas sazonais.
“A Tarifa Zero, quando bem direcionada, pode ser uma grande aliada do comércio, especialmente em ações promocionais e eventos sazonais. Em datas comemorativas, como Dia das Mães, Dia dos Pais e Natal, o incentivo desse deslocamento gratuito favorece tanto o lojista quanto o consumidor”, completa.
Na mesma linha de Vitalino, o presidente da Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), Raul Audi Junior., vê com otimismo a medida de gratuita no transporte coletivo aos finais de semana. Segundo ele, mais consumidores circulando é sempre favorável ao comércio, e a gratuidade pode contribuir para aumentar o faturamento das lojas aos sábados.
“Com a gratuidade, há uma expectativa de crescimento da demanda por transporte público e, em decorrência, um aumento do fluxo de pessoas nas lojas, aos sábados. Por isso, a Acipp acredita que a Tarifa Zero terá uma influência positiva para o setor”, afirma.
O setor de bares, restaurantes e similares também espera impacto positivo a partir da Tarifa Zero. O presidente do Sinhores (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Presidente Prudente), Rubens Afonso, destaca que a medida demonstra preocupação social da atual gestão e pode favorecer o lazer da população e a captação de clientela pelos estabelecimentos.
“É uma ação importante, porque as pessoas precisam sair de casa e passear. Isso também movimenta a economia, o setor de serviços e contribui para o bem-estar das famílias”, disse.
Rubens também defende que a Prefeitura reavalie os horários dos ônibus, principalmente no período da madrugada, pois muitos trabalhadores de bares e restaurantes enfrentam dificuldades para retornar às suas casas após a meia-noite. “Hoje nós arcamos com esse custo em muitos casos. Seria importante ampliar o horário de circulação dos ônibus para dar mais suporte ao nosso setor”, sugere.
Já para o diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Itamar Alves de Oliveira Jr., a gratuidade do transporte coletivo aos finais de semana não trará grandes impactos, já que a maior parte das plantas fabris da cidade opera de segunda a sexta-feira:
“Então eu não vejo impacto em diminuição de custos e essa coisa toda. Eu precisaria também conhecer melhor o tipo do acordo que foi feito para dizer qual seria a melhor opção, porque almoço grátis não tem, né. Talvez seria mais efetivo em vez de você dar a gratuidade aos finais de semana, diminuir o custo da passagem durante toda semana para todo mundo. Eu acho que seria mais proveitoso e essa é minha opinião”, avalia Itamar.
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